‘O governo perdeu a noção, está brincando com a Brigada Militar’, alertou sindicalista
A proposta de pagamento de previdência complementar, que deve constar do pacote de projetos do governo de José Ivo Sartori que chega amanhã à Assembleia Legislativa, mobilizou até mesmo servidores que estão ganhando em dia, como os do Detran gaúcho. A presidente do sindicato da categoria confirmou, para amanhã, às 14h, uma assembleia extraordinária. Segundo Maria Goreti Alves da Costa, o objetivo é organizar a categoria a resistir às mudanças no regime previdenciário. “Nós estamos recebendo em dia sim, mas existem outros riscos, e até maiores do que atrasos ou parcelamento de nossos vencimentos. Essa proposta de aposentadoria complementar é um ataque aos nossos direitos e vamos optar por seguir juntos na mobilização unificada do funcionalismo”, alertou.
Já na Brigada Militar, a revolta é maior com a confirmação de que a aposentadoria especial, aos 25 anos, pode acabar. Com o envio, amanhã, de uma proposta do Executivo nesse sentido, a tendência é de antecipar protestos e não aguardar pela marcha do funcionalismo, agendada para o próximo dia 18, que vai culminar em uma assembleia geral.
O presidente da Associação dos Cabos e Soldados (Abamf), Leonel Lucas, enfatizou que o governo não sabe com quem está mexendo e vai interferir em padrões nacionais que estabelecem a aposentadoria de militares após 25 anos de serviço. “O governo perdeu a noção, está brincando com a Brigada Militar e não aceitaremos esse tipo de postura indo para as ruas para protestar. Isso é inaceitável, um verdadeiro prejuízo para o Policial Militar que trabalha na chuva ou no sol. Estudos comprovam que 30 anos de serviço na nossa profissão representam o dobro de tempo de trabalho pela condições, e nem levo em consideração o risco de morte”, avaliou.
Na tarde de, hoje, esposas de brigadianos voltaram a protestar. Mas, em vez de bloquear as entradas de quartéis, elas decidiram fazer um panelaço em frente ao Palácio Piratini. O grupo de mulheres foi recebido pelo secretário da Casa Civil, Márcio Biolchi, mas saiu sem grandes esperanças.
Delegados podem pedir extinção da SSP
Na Polícia Civil, delegados podem pedir a extinção da Secretaria da Segurança Pública (SSP) a fim de evitar o desperdício de dinheiro com departamentos ociosos da Pasta. A leitura é de que esses recursos podem ser injetados diretamente no segmento. A ideia é de que as atribuições do secretário da Segurança sejam divididas entre um coronel da Brigada Militar e um delegado da Polícia Civil.
O Departamento de Gestão do Conhecimento para a Prevenção à Corrupção, criado em 2011, teve uma baixa. O delegado Fabio Lopes, que dirigia o setor, abriu mão de uma função gratificada de R$ 4 mil para defender a extinção do setor, dizendo ser inoperante.
Veja quais são os 10 projetos do 3º pacote:
1 – Autoriza negociação de financiamentos habitacionais da extinta Cohab, sobre débitos dos moradores que ficaram pendentes
2 – Uma câmara de conciliação para evitar judicializar disputas com terceiros e fazer mais acordos
3 – Faz modificações em julgamentos no tribunal administrativo de recursos fiscais
4 – Criação da empresa Banrisul Cartões
5 – PEC que retira necessidade de plebiscito para extinguir a Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa)
6 – Extinção da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (Fepps)
7 – Extinção da Fundação Zoobotânica, responsável pelo Jardim Botânico e zoológico de Sapucaia do Sul
8 – Extinção da Fundação de Esporte e Lazer do RS (Fundergs)
9 – Previdência complementar para futuros servidores
10 – PEC que altera regra sobre tempo de serviço da Brigada Militar. Hoje, os PMs se aposentam com 30 anos de serviço para homens e 25 para mulheres. A PEC tira esse tema da constituição e o tempo de contribuição do brigadiano para aposentadoria será modificado por lei complementar.