Secretário de Segurança do RS admite que parcelamento dos salários pode aumentar criminalidade

Wantuir Jacini disse que será traçado um plano em conjunto com as prefeituras para garantir o policiamento | Foto: Samuel Maciel / CP Memória
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Conforme Wantuir Jacini, o atraso no pagamento integral gera ‘intranquilidade aos trabalhadores, refletindo diretamente na sociedade’

O secretário da Segurança Pública, Wantuir Jacini, confirmou hoje que não há prazo para o chamamento de novos servidores da área no Rio Grande do Sul. O titular da Pasta afirmou que já existem planejamentos para chamamentos de servidores, mas não garantiu prazo para a admissão. Jacini participou na manhã de hoje de audiência na Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa, apresentando um quadro da segurança pública do Estado e respondendo a perguntas de deputados estaduais e entidades de classe. Questionado se o parcelamento de salários do funcionalismo afetou a população, Jacini admitiu o prejuízo.

“A gente sabe também que pode haver um aumento na criminalidade por conta do parcelamento. No momento que o parcelamento traz uma intranquilidade aos trabalhadores, naturalmente isso reflete diretamente na sociedade”, disse Jacini, afirmando ainda que apesar de acreditar em uma possível elevação de índices, só vai poder afirmar isso após o fechamento dos dados anuais.

O secretário afirmou que compreende a paralisação dos servidores públicos e não se manifestou diretamente sobre o corte do ponto dos grevistas. Wantuir Jacini afirmou que a falta de investimentos na segurança pública é uma herança de vários governos anteriores, que foram agravando a situação. Sobre as futuras ações para enfrentar à criminalidade, Jacini destacou que um dos focos é combater desmanches ilegais no Estado. A proposta, que já foi aprovada na esfera federal, visa interditar estabelecimentos clandestinos.

Entidades de classe criticam governo do Estado:

Mesmo apresentando projetos de melhorias em vários segmentos da segurança pública, o secretário foi alvo de críticas de categorias do setor. Conforme o presidente da Abamf, associação que representa cabos e soldados da Brigada Militar, a explanação de Jacini apenas mostrou o que já havia sido dito em outras vezes. O presidente da Ugeirm Sindicato, Isaac Ortiz, afirmou que o governo não detém uma política de segurança pública, já que não há investimento na área.

“A gente não tem como evitar que a Polícia Civil não pare. Com uma previsão de salário de R$ 620, não tem como motivar os agentes a saírem pra trabalhar. Isso está causando uma revolta muito grande na área da segurança pública, com consequências imprevisíveis”, apontou Ortiz.

Fonte:Eduardo Paganella / Rádio Guaíba