SindBancários prepara nova liminar contra abertura de agências por aquartelamento da Brigada a partir de terça, 1º/9

abamf1_web-708x350Uma reunião entre representantes da Associação Beneficente Antonio Mendes Filho – Brigada Militar (Abamf) com o presidente do SindBancários, Everton Gimenis, na tarde desta sexta-feira, 28/8, na Casa dos Bancários, definiu a estratégia conjunta para enfrentar o efeito dos cortes de salários de servidores públicos prometido pelo Governo do Estado a partir da semana que vem. Diante do anúncio da ABamf de que uma reunião com entidades ligadas à Brigada Militar na segunda-feira, 31/8, irá definir aquartelamento a partir de terça-feira,1º/9, e operação padrão na quarta, quinta e sexta-feira, da semana que vem, o SindBancários irá ingressar junto com a Fetrafi-RS com medida cautelar junto à Justiça contra a abertura das agências bancárias.

O presidente da Abamf, Leonel Lucas, informou ao representante dos trabalhadores bancários em reunião com presença do advogado da entidade, Antonio Dias de Moraes, que a Brigada deverá se aquartelar a partir da terça-feira, 1º/9, e que nos dias seguintes da semana haverá operação padrão. Outra informação é que o movimento será mais intenso do que o do início deste mês. “Vamos esperar a reunião das entidades representantes dos trabalhadores da Brigada e avaliar com a nossa assessoria jurídica o conteúdo da ação. Se não houver garantias de policiamento ostensivo, podemos solicitar que as agências não abram até por toda a semana”, afirmou Gimenis.

Segundo Leonel Lucas, uma reunião com outras entidades da Brigada Militar, às 10h da manhã da próxima segunda-feira, 31/8, irá definir a ação dos policiais militares. Lucas disse que os brigadianos estão ainda mais mobilizados e indignados com o anúncio do governo Sartori. “O governo anunciou que vai pagar 620 reais de salário. Isso é menos que um salário mínimo. A mobilização já foi grande no início do mês passado mesmo com a maioria dos praças recebendo uma parcela maior de seus salários. Agora, com pouco menos de 600 reais na conta, os praças estão dispostos a atender o chamado da nossa entidade. A situação da BM é gravíssima”, explicou Lucas.

A partir da segunda-feira, então, após o anúncio do aquartelamento da Brigada, o departamento jurídico do SindBancários irá ingressar com ação cautelar solicitando à Justiça que proíba a abertura de agências bancárias da insegurança gerada pela falta de policiamento ostensivo. No início do mês passado, o Sindicato havia tomado a mesma atitude e teve acolhimento do seu pedido (leia aqui).

O presidente do SindBancários evocou o grande volume de ataques a bancos do mês de agosto como argumento mais do que suficiente para as agências bancárias não abrirem a partir da terça-feira, 1º/9. “O mês de agosto já pode ser considerado o mais violento dos últimos nove anos. Acompanhamos duas marchas de trabalhadores em agosto. Uma delas só de servidores da segurança. Isso que no mês passado, a maior parte dos policiais militares recebeu quase que integralmente o salário. Estamos esperando um engajamento ainda maior e uma vulnerabilidade aumentada”, explicou Gimenis.

De fato, o mês de agosto está entre os de maior volume de ataques a bancos do Estado, desde que o levantamento do SindBancários se iniciou em 2006. Até a tarde desta sexta-feira, 28/8, ocorreram 28 ataques a bancos em todo o Estado, segundo o levantamento realizado pelo SunddBancários com base nas notícias de ataques a bancos publicads em sites e jornais. É um ataque a banco por dia. Somente setembro de 2006 em seus 30 dias, registrou maior volume, chegando a 29. Se a tendência dos últimos anos se confirmar, agosto deverá bater o recorde dos últimos 10 anos. Isso porque, apenas no fim de semana passado, houve nove ataques a bancos no Estado. No acumulado dos primeiros oito meses deste ano já são 154 ataques, aumento de 22,2% em relação ao mesmo período ano passado (126).

Gimenis argumenta, com base no levantamento realizado pelo SindBancários, que a vulnerabilidade dos bancários nas agências já é muito alta em dia em que há policiamento ostensivo. “Vamos entrar de novo com essa ação junto à Justiça porque o aquartelamento deverá ser ainda maior. As quadrilhas de criminosos estão cada vez mais bem informadas sobre as rotinas dos bancos e dos trabalhadores. Temos que atuar diante da irresponsabilidade de um governo que aposta no quanto pior melhor e expõe a risco de violência a integridade física de bancários, vigilantes e clientes ”, afirmou Gimenis.

FONTE: Site SindBancários