Por ordem do comandante, eles tiveram de pular uma cerca após micro-ônibus ser impedido de sair
Com a passagem de um micro-ônibus bloqueada por brigadianos em greve na manhã desta terça-feira, cerca de 30 alunos da Academia de Polícia Militar tiveram de pular uma cerca e caminhar por duas horas para poder fazer a segurança do centro de Porto Alegre. Eles estavam na Academia de Polícia, localizada no bairro Partenon, e percorreram quase sete quilômetros, cumprindo ordens do comandante da tropa.
Sem café da manhã, os alunos – que se formam em novembro – substituíram os policiais do 9º BPM. O batalhão está trancado desde as 4h30min e nenhuma viatura saiu para o patrulhamento. Antes de chegar à sede da 1ª Cia, os futuros PMs falavam em “vergonha”. Um grupo deles, ao ser questionado pela reportagem se queria estar trabalhando, respondeu “claro que não”.
Além do 9º BPM, o 19º BPM (que atende a Zona Leste) e o 21º BPM (Zona Sul) estão bloqueados na manhã desta terça-feira, segundo informações da Brigada. Os protestos também impedem a saída do efetivo no Regimento de Polícia Montada e no Batalhão de Operações Especiais.
O comandante-geral da Brigada Militar, coronel Alfeu Freitas Moreira, garantiu que, apesar dos piquetes, os brigadianos estão deixando os batalhões a pé e, quando possível, cobrindo áreas em que o efetivo responsável não faz o policiamento.
— Há atendimento mínimo à população — avalia o coronel.
Maior prejuízo no Interior
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, ele falou que 90% dos policiais militares assumiram seus postos nesta manhã:
— Mas a maioria enfrenta dificuldade para sair do batalhão e cumprir seu horário, principalmente em função dos piquetes. Mas não há aquartelamento, ou seja, não existe a recusa dos policiais de saírem para suas atividades.
Santana do Livramento, na Fronteira Oeste, Santa Maria, no centro do Estado, e Lajeado, no Vale do Taquari, foram as cidades mais impactadas pela paralisação, informou o comandante. Nestes lugares, de acordo com a BM, viaturas não saíram e o policiamento previsto para a manhã desta terça está prejudicado. Segundo o coronel, é função do comandante de cada batalhão negociar com os grevistas a liberação das unidades.
* Zero Hora