Faltam mais de 16 mil PMs no Estado

Subcomandante da Brigada Militar diz que déficité histórico e garante que segurança da população não está comprometida

RRRRCom ou sem parcelamento de salários, a segurança pública no Rio Grande do Sul apresenta problema estrutural agravado pelo corte de custeio determinado já no início do ano. Odéficit no efetivo da Brigada Militar, responsável pelo policiamento ostensivo, éd e 16.908 soldados. Já o serviço de investigação, de competência da Polícia Civil, é prejudicado pela falta de mais de 4 mil agentes. Os presídios apresentam superlotação e, nos últimos meses, houve atraso no pagamento da empresa responsável pelo monitoramento eletrônico, deixando cerca de cem condenados no aguardo de tornozeleiras. Or epasse já foi normalizado. A reprogramação orçamentária do governo teria causado impacto no abastecimento de viaturas e pagamento de horas extras, conforme entidades de classe. A Brigada Militar nega que as horas extras servissem para tapar furos nas escalas. O presidente da Abamf, que representa os PMs de nível médio, Leonel Lucas, afirma que os atuais 20.542 brigadianos chegavam a trabalhar além do turno para fechar lacunas. “Em um batalhão da zona Sul de PortoAlegre, por exemplo, eram 1,8 mil horas por mês. Agora são 400 horas”, ressalta. Fora isso, somente em agosto e setembro deste ano,
301 PMs se aposentaram e outros 475 pediram para passar à reserva, sem contar o número de licenças apedido, demissões e exclusões disciplinares. Existem cidades no RS com apenas um policial militar. Os cortes de verbas também atingiram o abastecimento das viaturas, prejudicando o policiamento. “Em algumas cidades, o veículo que fazia 100 quilômetros por dia, agora só faz 40 quilômetros. Então só é utilizado para atender às ocorrências do 190”, afirma Lucas. Com o serviço prejudicado, salienta
Lucas, os bandidos têm mais oportunidades para agirem. “Eles (criminosos) estão mais organizados. Enquanto estamos usando viaturas com pouca potência,os bandidos estão com carros roubados, com motor 2.0”. O coronel Paulo Stocker, subcomandante da BM, afirma que os cortes de despesas não afetaram o abastecimento de viaturas. “Não reduzimos nenhum litro de gasolina. Estamos operando normalmente. Se alguém encontrar uma viatura sem gasolina no Estado é por falta de gerenciamento do responsável”. Stocker reconhece odéficit da instituição, que éhistórico. No entanto, garante que asegurança não está comprometida. Na sua avaliação, os PMs na ativa estão mais produtivos.Ooficial ressalta que apenas um município, em todo oR S, conta com apenas um brigadiano. “Há nove cidades com dois PMs, 18 municípios com três eorestante com um quadro acima de quatro PMs. “Se no ano passado a população se sentia à vontade, hoje ela pode se sentir da mesma maneira”, garante o oficial.

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Região Sul tem menos PMs

O Rio Grande do Sul tem um policial militar para 547 habitantes, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em agosto deste ano. Am édia nacional é de um PM para 473 habitantes. A proporção gaúcha está dentro da realidade da região Sul, que tem um dos menores índices de policiais militares por habitante, sendo um PM para 583 habitantes.

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