Felipe Daroit: “políticos não vivem a realidade das ruas”

"Crime contra políticos é, praticamente, impossível", diz jornalista da Gaúcha Foto: Ana Volpe/ Senado / Divulgação
“Crime contra políticos é, praticamente, impossível”, diz jornalista da Gaúcha
Foto: Ana Volpe/ Senado / Divulgação

Repórter da Gaúcha comenta a falta de sintonia entre a realidade das ruas e a vivida pelos políticos do País

Poucos são os políticos que vivem a realidade das ruas. Se fizessem isso, os parlamentares nomeados em Brasília trabalhariam urgentemente para mudança nas leis que proporcionariam mais segurança pública aos seus eleitores.

Deputados, governantes e autoridades em geral, costumam andar com seguranças e rodeados de assessores. Não pegam ônibus. Não moram em vilas. O crime contra eles é, praticamente, impossível.

O “chapéu” talvez sirva para muitos integrantes do Judiciário, que dizem que apenas cumprem a lei, só que muitas vezes as leis são interpretadas de maneira totalmente diferente de um juiz para outro. Chega a impressionar.

O Brasil precisa de mudanças no seu código penal. Não dá mais para viver este “prende e solta”, termo que muitos profissionais do direito odeiam ouvir falar. Mas é verdade! A polícia prende muito. Os mesmos. E o julgamento dos mesmos é muito demorado. E, enquanto não são julgados, eles voltam para as ruas. Como não há boas políticas de ressocialização, eles ressocializam cometendo mais crimes. É uma bola de neve.

Se políticos vivessem a realidade da rua, entenderiam a revolta do jovem William Adamczuk, que perdeu o pai recentemente pela ação de bandidos, e tentariam fazer algo. Também entenderiam o medo que sente a estudante Cíntia Castilhos, assaltada três vezes no centro de Porto Alegre em menos de uma semana. Eles ficaram revoltados como fica o soldado Éverton Silva quando ele prende diversas vezes os mesmos criminosos na zona norte de Porto Alegre, e os mesmos são soltos. E ele sabe que terá que prender de novo.

Políticos parecem esquecer que são eleitos pelo povo, e que o povo clama por mais segurança.

É preciso legislar para a população e tomar medidas que auxiliem a população. Só que a primeira coisa a fazer após a eleição é “negociar” com qual órgão público o partido ficará. Lá serão colocados os militantes que auxiliaram na campanha ou concorreram no pleito e não venceram.

Do alto dos seus gabinetes, intocáveis, a realidade é muito diferente das ruas.

GAÚCHA