Funcionalismo retoma atividades hoje, mas paralisa novamente amanhã

11902357_521934787965279_3951384250386742081_nParalisação acontece nesta terça-feira para pressionar votação de projetos polêmicos que podem ser votados à tarde na Assembleia

Setores do funcionalismo público do Rio Grande do Sul retomaram as atividades nesta segunda-feira após duas semanas de paralisação em função do parcelamento de salários pelo governo do Estado. No entanto, professores e servidores da Segurança Pública, além das demais categorias, devem paralisar novamente amanhã para tentar barrar a votação de projetos polêmicos que estão previstos para esta terça-feira na Assembleia Legislativa e na próxima semana.

No entanto, segundo o presidente da Abamf, associação que representa os policiais militares de nível médio, a atividade da Brigada Militar ainda sofre consequências em função do parcelamento de salários. De acordo com Leonel Lucas, o número de policiais nas ruas deve permanecer reduzido enquanto o salário dos brigadianos não for pago em dia.

“A (atividade) da Brigada (Militar) continua com a operação-padrão. Vai continuar enquanto tiver o parcelamento (dos salários). E amanhã mais mobilizados dentro da Assembleia Legislativa. Nós estamos fiscalizando as nossas viaturas, se há condições de trabalho, como coletes, armamento. E também a questão dos atestados médicos, caso os brigadianos não tenham condições psicológicas de trabalhar. É só a população olhar na rua e ver se tem brigadianos. A melhor resposta está aí na rua”, assegurou Leonel Lucas.

Projetos referentes ao ajuste fiscal apresentado pelo Palácio Piratini, que podem ser votados nesta terça-feira, já que estão tramitando em regime de urgência, são os principais motivos para a paralisação de todo funcionalismo previsto para amanhã. O mais polêmico é o PLC 206, que propõe o congelamento dos salários no próximo ano. O ato deve contar, também, com o apoio de centrais sindicais.

As remunerações do mês passado tiveram a segunda parcela, de R$ 800, depositada na noite da última quinta-feira, dia 10. A terceira parcela, de R$ 1 mil, está disponível para saque nesta segunda-feira, segundo a Secretaria da Fazenda. Assim, 61% do total de 347 mil matrículas terão o salário integral quitado. Outros R$ 400 devem ser depositados nesta terça. A quinta e última parcela dos salários de agosto, para quem recebe acima de R$ 2,8 mil, precisa legalmente ser paga até 22 de setembro.

Fonte: Vitória Famer / Rádio Guaíba

Projetos do Poder Executivo que podem ser votados na terça-feira, dia 15 de setembro, na Assembleia:

Projeto de Lei nº 207

-Cria a Câmara de Conciliação de Precatórios, que permitirá a negociação de acordos com credores com desconto de 40% do valor da dívida.

-Regime de tramitação: urgência.

-Repercussão: tende a desestimular o mercado paralelo dos precatórios e a ampliar o número de credores pagos.

PROJETO DE LEI Nº 212

-Inclui nas atribuições do Corpo Voluntário de Militares Inativos da BM atividades de videomonitoramento nos municípios que têm os equipamentos e necessitam de

servidores para operá-los.

-Regime de tramitação: urgência.

-Repercussão: segundo o governo, a medida auxiliará as prefeituras na prevenção de crimes.

PROJETO DE LEI Nº 213

-Altera a lei que institui o Imposto sobre Doações ou Transmissões Causa Mortis (ITCD), cobrado em doações e herança. A ideia é restabelecer alíquotas progressivas.

-Regime de tramitação: urgência.

-Repercussão: pode elevar a arrecadação anual em R$ 43,9 milhões.

PROJETO DE LEI Nº 215

-Extingue fundos públicos que já cumpriram finalidades e aqueles que estão inativos há três anos ou mais, atendendo ou não a suas finalidades.

-Regime de tramitação: urgência.

-Repercussão: conforme o governo, a medida contribuirá para o “aperfeiçoamento da gestão financeira e orçamentária do Estado”.

PROJETO DE LEI Nº 243

-Propõe mudanças na legislação para que possa avançar a transformação do Laboratório Farmacêutico do Estado (Lafergs) em empresa pública.

-Regime de tramitação: urgência.

-Repercussão: a medida eliminaria amarras burocráticas que hoje dificultam a retomada da produção.

PROJETO DE LEI Nº 255

-Autoriza o Poder Executivo a prorrogar os contratos de sete cargos em comissão/funções gratificadas da Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre.

-Regime de tramitação: urgência.

-Repercussão: segundo o governo, tais profissionais são importantes para a rotina de trabalho da orquestra.

PROJETO DE LEI Nº 299

-Autoriza a extinção da Fundação de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul (Fundergs).

-Regime de tramitação: urgência.

-Repercussão: conforme o governo, a medida contribui para as “metas de controle de despesas” do Estado.

PROJETO DE LEI Nº 301

-Autoriza a extinção da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (Fepps).

-Regime de tramitação: urgência.

-Repercussão: conforme o governo,a medida contribui para o “enxugamento da máquina administrativa”.

PROJETO DE LEI Nº 209

-Impede que o servidor público incorpore função gratificada (FG) para fins de aposentadoria se tiver obtido o benefício ao exercer o cargo em outro poder.

-Regime de tramitação: urgência.

-Repercussão: a intenção do governo, com a proposta,é reduzir custos.

PROJETO DE LEI Nº 303

-Institui o regime de previdência complementar para os servidores públicos estaduais.

-Regime de tramitação: urgência.

-Repercussão: quem ingressar no serviço público terá de contratar previdência complementar se quiser receber

Confira quais são os projetos que trancam a pauta da Assembleia a partir de 20 de setembro e deverão ser votados na sessão do dia 22 de setembro (se não sair nenhum acordo antes):

Projeto de Lei nº 318

Modifica da lei do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), adiantando para 30 de abril a data-limite de pagamento (hoje é no mês de julho) e reduzindo os descontos ao bom motorista.

Regime de tramitação: urgência

Repercussão: o objetivo do governo é potencializar os ganhos com o IPVA

Projeto de Lei nº 319

Cria o Fundo de Proteção e Amparo Social, com a cobrança de adicional de dois pontos percentuais sobre TV por assinatura (hoje, de 12%), fumo, bebida alcoólica, cosméticos (25%) e refrigerante (18%).

Regime de tramitação: urgência

Repercussão: os recursos do Fundo deverão viabilizar a implementação da Política Estadual de Combate à Pobreza Extrema

Projeto de Lei nº 320

Eleva a alíquota básica do ICMS de 17% para 18% e aumenta de 25% para 30% do tributo sobre gasolina, álcool, telefonia e energia elétrica comercial e residencial acima de 50 kW por tempo indefinido.

Regime de tramitação: urgência

Repercussão: conforme o governo, a alteração pode injetar R$ 1,9 bilhão, por ano, no Poder Executivo estadual

Trancam a pauta da Assembleia a partir de oito de outubro e deverão ser votadas na sessão do dia 13 de outubro:

Projeto de Lei nº 336

Altera o limite de pagamento das Requisições de Pequeno Valor (RPVs) de 40 para sete salários mínimos.

Regime de tramitação: urgência

Repercussão: Reduzirá os custos do Estado com o pagamento dessas dívidas

Projeto de Lei nº 337**

Amplia o limite de uso dos depósitos judiciais para 95% do saldo – hoje, o teto é 85%.

Regime de tramitação: urgência

Repercussão: a medida pode injetar R$ 1 bilhão, de imediato, no Tesouro estadual

Obs.: há um outro projeto em tramitação, que reduz os juros cobrados pelos depósitos, que foi protocolado pelo Judiciário e não está em regime de urgência.

** Existe a expectativa de que as propostas envolvendo os depósitos judiciais sejam votadas antes, junto com o projeto que eleva o ICMS, no dia 22 de setembro.

Principais propostas em regime normal de tramitação, sem data para votação:

Projeto de Lei nº 300

Autoriza a extinção da Fundação Zoobotânica.

Repercussão: segundo o governo, a intenção é enxugar a máquina do Estado

Projeto de Lei nº 208

Autoriza o Banrisul a criar estrutura societária para atuar no ramo de distribuição de seguros, previdência aberta e capitalização.

Repercussão: a medida agregará valor ao Banrisul, valorizando suas ações e a distribuição de dividendos

Projeto de Lei nº 214

Projeto reduz em 30% os benefícios fiscais concedidos na forma de créditos presumidos (destinados a atrair investimentos) de 2016 a 2018.

Repercussão: aumento da arrecadação em R$ 300 milhões ao ano, até 2018

Projeto de Lei nº 206

Cria a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual.

Repercussão: o principal objetivo é impedir gastos superiores à arrecadação do Estado