“O cidadão não pode fazer o papel da polícia”, diz representante da OAB sobre presa levada no porta-malas

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Suspeita foi levada no carro de uma das vítimas Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal
Suspeita foi levada no carro de uma das vítimas
Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal

Secretário geral da OAB-RS, Ricardo Breier, diz que transporte de presa pela vítima, depois de assalto na Capital, colocou todos em risco. Entidade defende investigação

O caso de uma suspeita de assalto que precisou ser transportada no porta-malasdo carro de uma das vítimas, na Zona Norte de Porto Alegre, pela ausência de viaturas da Brigada Militar, foi considerado pela OAB/RS simbólico para refletir o atual momento da segurança no Estado.

— Reflete a ausência de uma política forte na área da segurança. Uma crise estrutural generalizada nas nossas polícias — aponta o secretário geral da entidade, Ricardo Breier.

Segundo ele, o conselho de um PM para que um mecânico de 31 anos transportasse a suspeita em seu carro jamais poderia ter sido dado.

— O cidadão não pode fazer o papel da polícia. A Constituição prevê que qualquer cidadão pode prender um suspeito, mas o transporte é arriscado muitas vezes até para policiais que são treinados para isso. Foi uma sorte não ter acontecido nada a essas pessoas e à presa, que foi levada em um porta-malas — critica o integrante da comissão nacional dos direitos humanos da OAB.

O comando do 20º BPM, depois de admitir que faltavam viaturas para atender à ocorrência da manhã de terça, prometeu averiguar a situação. Da mesma forma, o diretor do Departamento Regional de Porto Alegre, da Polícia Civil, delegado Cléber Ferreira, pretende apurar a conduta do plantonista da 14ª DP.

O agente não teria registrado a prisão em flagrante da assaltante levada até lá por populares, e os teria aconselhado a seguir com o transporte até a 3ª DPPA. A paranaense Lídia de Oliveira Dias da Silva, 44 anos, acabou autuada em flagrante pelo assalto ao ônibus da linha Educandário na manhã de terça.

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