Piratini cria vídeo para explicar Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual

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Uma das propostas prioritárias do governo de José Ivo Sartori que ainda aguarda votação é a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual Foto: Mateus Bruxel / Agencia RBS
Uma das propostas prioritárias do governo de José Ivo Sartori que ainda aguarda votação é a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual
Foto: Mateus Bruxel / Agencia RBS

Lei que limita o crescimento de despesas e de reajustes salariais tramita na Assembleia e sofre oposição de sindicatos, que acusam governo de promover arrocho

Depois de aprovar a criação da previdência complementar e o aumento do ICMS, uma das propostas prioritárias do governo de José Ivo Sartori que ainda aguarda votação é a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual.

Nesta terça-feira, o Palácio Piratini iniciará a distribuição e circulação na internet, pelo Facebook e Twitter, de um vídeo de um minuto e 44 segundos em que são explicados detalhes da proposta. A tentativa é de apresentar argumentos que justifiquem a necessidade da medida — complexa para o entendimento de pessoas não familiarizadas aos temas do setor público —, incluída na segunda fase do ajuste fiscal de Sartori. Na prática, a legislação determina que a criação de novas despesas somente poderá ser aprovada em caso de indicação da fonte de receitas. Os custos terão de ficar dentro do crescimento da arrecadação.

— Todos sabem que não deve se gastar mais do que se recebe. E para que isso nunca mais aconteça no Rio Grande, agora existe uma lei. O governo do Estado acaba de lançar mais de 40 medidas para equilibrar as finanças do Estado, e a mais importante delas é a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual. (…) A lei proíbe gastar mais do que se arrecada — diz o trecho inicial do vídeo.

O núcleo do Piratini considera a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual uma medida estruturante. A proposta tramita na Assembleia e a Casa Civil não descarta acionar o regime de urgência, que força a votação em 30 dias.

A pauta é alvo de duras críticas dos servidores públicos. Eles acreditam que ela irá promover arrochos e congelamento de salários. Depois de não conseguirem barrar a previdência complementar, os sindicatos elegeram a Lei de Responsabilidade Fiscal como principal projeto do Piratini a ser derrotado.

Serão criados freios aos gastos com custeio e pessoal nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. A cada R$ 100 de receita extra em relação ao ano anterior, será preciso destinar R$ 75 para custeio e investimentos e o máximo de R$ 25 para reajustes salariais.

A norma, diz o Piratini, vai vetar a concessão de aumentos de salários parcelados, o que é considerado um dos elementos que agravaram a atual crise financeira.

O que está previsto no projeto

Propõe normas para alcançar o equilíbrio financeiro, estabelecendo regras para a limitação do crescimento da despesa com pessoal e custeio para todos os Poderes.

A lei cria mecanismos de controle, estabelecendo que o governo só se pode criar gastos permanentes havendo receita disponível.

Na prática, significa que os chefes dos Poderes não poderão conceder reajustes parcelados, contando com receitas futuras, a exemplo do que fez Tarso Genro, que concedeu aumentos até 2018.

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