Sartori afirma que bloqueio de acessos à Assembleia não dignifica a democracia

Sartori concedeu entrevista hoje – Foto: Tarsila Pereira/CP Memória
Sartori concedeu entrevista hoje – Foto: Tarsila Pereira/CP Memória

Governador afirma que a Brigada Militar está na praça a pedido do Legislativo

O governador José Ivo Sartori (PMDB) acredita que o bloqueio da Assembleia Legislativa (AL), ocorrido nessa terça-feira, não dignifica a democracia. A declaração foi dada durante uma entrevista para a RedeSul de Rádio, na manhã desta quarta-feira. Ele também se manifestou sobre os projetos polêmicos encaminhados pelo Executivo para votação na AL em regime de urgência. Sobre o parcelamento do salário, ele disse que era impossível pagar em dia.

O político disse que estava sentido com a situação e que o Executivo colocou o efetivo da Brigada Militar na Praça da Matriz após solicitação do Legislativo. Segundo ele, em 180 anos de Assembleia Legislativa, em nenhum momento os parlamentares foram impedidos de votar as matérias. Afirmou que passou 20 anos no Legislativo e salientou que a Casa também teve a presença de outros políticos importantes como João Goulart, Getúlio Vargas e Pedro Simon.

Sobre a matéria que muda o regime de previdência do Estado, o governador disse que 54% da folha do Rio Grande do Sul é de inativos. Com isso, inviabiliza o Estado. Reafirmou que o projeto não mexe nos direitos dos atuais servidores e garantiu que a medida altera apenas para os futuros servidores. Ele lembrou que o governo federal e a administração da Bahia, na gestão petista, aprovaram a matéria. Ele classificou a criação do fundo como algo normal.

Ontem, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu ganho de causa ao governo federal sobre o bloqueio das contas do Estado pelo não pagamento da dívida com a União. Sartori garantiu que o governo gaúcho vai recorrer da decisão dos ministros. Segundo ele, o Rio Grande do Sul está atrasando o pagamento da dívida desde abril para conseguir pagar os salários em dia. Ele disse que estava sendo pressionado pelos outros poderes para não pagar.

Sobre o orçamento do Estado, o governador afirmou que o Estado não tem como contrair mais empréstimos. Segundo ele, a contração de dívidas só poderá ser feita a partir da renegociação da dívida. Uma negociação poderia permitir contrair empréstimos superiores ao limite, extra limite. Ele afirmou que o orçamento do Estado foi teve as despesas contadas a menos do que a realidade. Também a receita está sendo menor do que a esperada.

Ainda sobre a dívida, José Ivo Sartori garante que não tem medo de perder politicamente. Ele detalhou que o trabalho feito pela sua gestão, até o momento, foi de apresentar para a sociedade a situação econômica do Rio Grande do Sul. Ele detalhou, durante a entrevista, que cortou os custos do governo e, também, em mais de 30% as vagas que são preenchidas através de cargos em comissão. Garantiu que o objetivo é melhorar o serviço prestado pelo Estado.

O governador garantiu que conversa com o governo federal sobre as dificuldades do Estado. Sartori afirmou que a gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) aceitou o atraso no pagamento das dívidas nos primeiros meses. No entanto, admitiu que o Estado passou do ponto e, por isso, ocorreu o que ele classificou como “confisco” das contas. No entanto, garantiu que há avanços nas conversas e citou parcerias em obras em estradas estaduais.

Sartori não teme uma greve geral dos trabalhadores. Ele solicita que os trabalhadores compreendam a situação do Rio Grande do Sul. Ele admitiu que o Estado tem dificuldades. Para ultrapassar os problemas, ele pede que a oposição aprove os projetos polêmicos. Ele citou a proposta da previdência que, segundo ele, é igual ao do governo federal. Lembrou que o Estado vive uma grenalização, criticada por ele. “Sei que é difícil a união”, afirma Sartori.

Perguntado sobre a sua saúde, Sartori disse que não vai deixar de ser a pessoa que é. Ele afirmou que não vai deixar de dançar, sorrir e brincar. Segundo ele, “mudança tem dor, não se muda sem dor”. O político afirmou que tem como salvar o Estado se tivermos um mínimo de unidade. Ele afirmou que o Rio Grande do Sul está bem. Na opinião dele, um exemplo é a Expointer. Segundo ele, quem está doente é o poder público.

Fonte:Rádio Guaíba