Sartori decide nesta segunda-feira se ponto de servidores públicos será cortado

Sartori debaterá o tema com núcleo do governo e com secretário da Educação, Vieira da Cunha Foto: Bruno Alencastro / Agencia RBS
Sartori debaterá o tema com núcleo do governo e com secretário da Educação, Vieira da Cunha
Foto: Bruno Alencastro / Agencia RBS

Em agosto, governador afirmou que “falta é falta”, mas agora pode voltar atrás e desistir de descontar dias de paralisação nos salários dos funcionários do Executivo

O governador José Ivo Sartori deve decidir nesta segunda-feira se cortará ou não o ponto dos servidores públicos que paralisaram as atividades em função do parcelamento da folha de agosto. A direção do Cpers-Sindicato já avisou que, em caso de desconto, as aulas perdidas não serão recuperadas pelos professores da rede estadual.

O tema será tratado na reunião do núcleo do governo marcada para as 9h30min, no Palácio Piratini. Ao longo da manhã, Sartori também deverá receber o secretário da Educação, Vieira da Cunha, para conversar sobre o assunto — que precisa ser definido logo, porque a próxima folha deverá ser paga na quarta-feira.

— A princípio, a nossa determinação é cumprir aquilo que já foi dito pelo governador: presença é presença, falta é falta — afirmou, neste domingo, o secretário-geral de governo, Carlos Búrigo, referindo-se à advertência feita por Sartori em 18 de agosto, após anúncio de paralisação de três dias do funcionalismo.

Abaixo, reveja o vídeo divulgado pela assessoria do governo do Estado no dia 18 de agosto, quando Sartori disse que cortaria o ponto dos servidores que paralisassem atividades:

A pressão pelo recuo é grande. Na última quarta-feira, em reunião com Vieira da Cunha, a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, entregou ofício solicitando o abono do ponto — do contrário, garantiu que o calendário escolar ficará pendente.

Em resposta, Vieira prometeu levar a reivindicação a Sartori, e um novo encontro com os representantes do magistério ficou agendado para as 15h desta segunda, na Secretaria da Educação, em Porto Alegre.

Nos bastidores, há uma divisão interna sobre como Sartori deve resolver o dilema. Para parte do secretariado, a redução nas remunerações não é o melhor caminho, levando em conta a já conturbada relação com o funcionalismo devido ao fatiamento dos contracheques. Já aqueles que defendem o corte entendem que a palavra do governador deve ser mantida para demonstrar coerência à sociedade.

Durante o dia, também deverão ser discutidas, no Palácio Piratini, as próximas ações para o reequilíbrio financeiro do Estado. A sexta fase do ajuste fiscal deverá propor a extinção de órgãos, empresas e departamentos e a revisão de incorporações de vantagens aos salários de servidores.

Outro item a ser debatido é a articulação para garantir a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual, que por enquanto não tem data para ir a votação.

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