O que aconteceu ontem na frente da Assembléia Legislativa do RS foi baderna e o ápice de um baderneiro é ser atingido por um cacetete da Brigada Militar. Parece sentir prazer. Geralmente, com sangue em alguma parte do corpo, decorrente da pancada, mostra para as câmeras da imprensa o machucado, diz que é vítima da polícia repressora e fala: “Que democracia é essa?”.
O baderneiro costuma se infiltrar em meio aos protestos. Do nada, em tumultos, como fazem torcedores de futebol fanáticos, se aproveita por estar em grupo e agride, inicialmente, com empurrões e depois com pedras e paus. Há alguns mais profissionais que já levam bolinhas de gude para lançar contra os cavalos da BM, como faziam alguns “jovens” que integravam o chamado “bloco de lutas”, em Porto Alegre.
Os baderneiros nunca vão representar categorias de trabalhadores, como professores, por exemplo. Nunca que minha tia, professora no interior, ou aquela mulher que trabalhou a vida toda pela magistério, como muitos de vocês conhecem, vai partir para agressões. Elas são educadas.
O que aconteceu ontem em Porto Alegre não tem nenhuma semelhança com o que ocorreu no começo do ano em Curitiba, onde professores foram covardemente agredidos pela Polícia Militar.
Ontem, havia um cordão de isolamento. Os gradis foram que separavam a Praça da Matriz da Assembléia foram derrubados. Os manifestantes ficaram frente a frente com os PMs. A situação estava até controlada. Só que, nitidamente, nas imagens, é possível ver poucos, talves dois ou três “manifestantes” partindo para as agressões. Eram os baderneiros. Ali estavam eles.
Vocês acham que os brigadianos, mal pagos, perfilados lado a lado em frente a Assembléia, cumprindo ordem, sairiam atrás de colegas do serviço público para “baixar o cacetete”? Não. O soldado que está lá faz o papel dele e só age quando é agredido. Quando a situação começa a fugir do controle. Quando o baderneiro se aproveita do bando para agir com toda sua ignorância.
Felipe Daroit