Em parte das galerias da Assembleia, manifestantes fazem pressão contra projeto que baixa teto das RPVs

11930811_919475584798293_2490484066113221575_oParlamento já adiou análise da matéria três vezes

Parte das galerias do plenário da Assembleia Legislativa começou a ser ocupada, no início da tarde de hoje, pelos manifestantes contrários à proposta do governo estadual que baixa o teto das requisições de pequeno valor (RPVs) no Rio Grande do Sul. O Legislativo já adiou a apreciação da matéria três vezes em função de retiradas de quorum e falta de consenso. A matéria deixou de tramitar em regime de urgência e a análise pode ser adiada novamente. Hoje, a sessão começou com quorum suficiente, com 44 dos 55 parlamentares em plenário. Perto das 15h15min, porém, o total já havia caído para 28. Com um a menos, a sessão é suspensa.

Somente um dos lados das galerias está ocupado. Tricoteiras do Sinapers (Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio Grande do Sul) fazem pressão para que a proposta seja rejeitada. Junto de representantes da OAB, Cpers e sindicatos da Polícia Civil e do Judiciário, elas pedem que o outro lado do plenário também seja liberado. O presidente da Assembleia, Edson Brum (PMDB), já deixou claro, porém que existem regras a serem respeitadas: quando há votações polêmicas, cada um dos lados do plenário é reservado, igualmente, para manifestantes contrários e favoráveis.

O projeto das RPVs é o primeiro da pauta. Pelo texto, o teto das RPVs, hoje de 40 salários mínimos, cai para 10, a fim de que valores acima disso se transformem em precatórios – débitos do Estado sem prazo máximo para pagamento previsto em lei. Para as requisições de pequeno valor, o pagamento deve ser feito em até dois meses após o julgamento definitivo.

O governo entende que já houve flexibilidade no projeto, uma vez que a proposta inicial era reduzir o teto de 40 para sete salários mínimos. Também deixa claro que o projeto não vai ter impacto sobre precatórios e RPVs já julgados, valendo apenas para novas ações, a contar da sanção. Além da oposição de parte da base aliada, a OAB também manifesta resistência e pressiona os parlamentares alertando para o risco de a fila de precatórios aumentar de forma substancial.

Saiba mais

Conforme a Secretaria da Fazenda, quase todos os estados brasileiros reduziram o teto para a expedição de RPVs. Alagoas e Piauí fixaram no limite mínimo da Constituição Federal, com base no Regime de Previdência (R$ 4.663,75). Em 2013, Santa Catarina reduziu o limite para 10 salários mínimos, mesmo valor do Distrito Federal.

No Rio Grande do Sul, a previsão de gastos em RPVs em 2015 é de quase R$ 900 milhões, mais que o dobro de que gasta São Paulo. O desembolso com precatórios e RPVs atingiu cerca de 4,5% da Receita Corrente Líquida em 2014, o que representa mais do que a média anual de investimentos, no período de 2008 a 2014. Para os precatórios, é aplicado o percentual constitucional de 1,5% da Receita Corrente Líquida. Já para as RPVs não há limitação em relação à capacidade de pagamento.

Fonte:Rádio Guaíba