“Não houve qualquer contato oficial”, diz desembargador do TJ sobre declarações de Feltes

Tribunal de Justiça abriu mão de parte dos juros dos depósitos judiciais para amenizar crise nas finanças do Estado Foto: Carlos Edler / Agencia RBS
Tribunal de Justiça abriu mão de parte dos juros dos depósitos judiciais para amenizar crise nas finanças do Estado
Foto: Carlos Edler / Agencia RBS

Secretário da Fazenda disse mais cedo que Estado não terá recursos suficientes para garantir pagamento de 13º dos demais poderes

O presidente do conselho de comunicação do Tribunal de Justiça do Estado (TJ), desembargador Túlio Martins, criticou as declarações do secretário da Fazenda, Giovani Feltes, de que o Estado não terá condições de garantir o 13º salário dos demais poderes. Feltes reconheceu o problema em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, na manhã desta terça-feira.

— Não podemos afirmar que teremos dinheiro para que os outros poderes possam cumprir o pagamento das suas folhas de 13º. A continuar a situação como está, dificilmente teríamos condições de repassar o dinheiro no montante necessário para que eles possam pagar a folha de pagamento (de dezembro) e, também, o 13º — afirmou o secretário.

O Piratini irá pagar o 13º salário dos servidores públicos do Executivo na forma de um empréstimo do Banrisul feito em nome do funcionário. Frente às dificuldades financeiras, Sartori tenta convencer os chefes do Judiciário, Ministério Público, Legislativo, Tribunal de Contas e Defensoria Pública a adotarem a mesma alternativa.

Questionado sobre a possibilidade, Martins foi taxativo:

— Não houve qualquer contato oficial. Se for o caso, o assunto deve ser tratado pelo governador, diretamente com o presidente do tribunal. Não vamos comentar entrevista de secretário em rádio.

O presidente da Assembleia, Edson Brum, também rebateu as declarações com rispidez.

— Quem cuida das finanças aqui somos nós — afirmou Brum.

O Ministério Público e a Defensoria Pública do Estado preferiram não se manifestar. Já o Tribunal de Contas (TCE) informou, por meio de nota, que “ainda não foi comunicado oficialmente a respeito, mas examinará o assunto com a devida atenção, considerando a importância do mesmo para o Estado”.

* Zero Hora