O trabalho que não para nem na virada de ano

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Na Sala de Operações da Brigada Militar: Sargento Marco Antônio Brondani vai atender o 190 (Gabriel Haesbaert / A Razão)
Na Sala de Operações da Brigada Militar: Sargento Marco Antônio Brondani vai atender o 190 (Gabriel Haesbaert / A Razão)

Profissionais de diversas áreas estarão envolvidos nos festejos de final de ano pela cidade

Muita gente, durante a virada de ano, viaja para praias e casa de parentes, comemora a data com a casa cheia e todos os brindes, de praxe, para recepcionar mais um ano e desejar votos de saúde e felicidades. Mas muitas pessoas, nesse Réveillon, não irão parar e seguirão suas atividades normalmente quando o relógio marcar o início de 2016, mostrando que a cidade segue em movimento.

Para motoristas, cobradores, cozinheiros, garçons, porteiros, militares, médicos e enfermeiros, por exemplo, será mais um dia normal de trabalho, garantindo ao restante da população que ficará na cidade os serviços básicos de saúde, segurança, alimentação e transporte. A reportagem de A Razão conversou com alguns desses profissionais para saber como está a expectativa para a data e conhecer esses trabalhadores.

Com a crescente demanda de festas em casas noturnas, clubes e associações por Santa Maria, o setor de transporte é um dos que seguirá a todo vapor na data. Conforme o presidente do Sindicato dos Taxistas em Santa Maria, Marco Antônio Fogliarini, em Santa Maria há atualmente 326 táxis. Com a necessidade dos serviços para a data, boa parte dos taxistas estará na ativa na virada do ano. “Com as festas, o serviço aumenta bastante e mais de 200 taxistas estarão disponíveis nas ruas”, afirma Fogliarini.

A área da saúde é outra que também não para. Além das pessoas já internadas nos hospitais, com os crescentes índices de criminalidade e a violência no trânsito, há a possibilidade de mais entradas. Profissionais da área ficarão em alerta a fim de garantir o melhor atendimento em casos de necessidade. Um desses exemplos é o Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo, que tem grande equipe destinada para a data.

“Estimamos em torno de 200 pessoas envolvidas na noite”, afirma Maurel Pedroso, respondendo pela Gerência de Enfermagem.

O QUE DIZEM OS TRABALHADORES

Na Brigada Militar:

O sargento da Brigada Militar, Marco Antônio Brondani, 45 anos, trabalha no local há 27 anos e afirma que, no mínimo 15 vezes, já trabalhou durante a virada . Além da esposa, ele tem quatro filhos e um neto. Brondani atua na Sala de Operações da BM e espera um serviço movimentado na noite da virada. “A pressão é mais psicológica com o registro das ocorrências e pelo sofrimento da população”, afirma. Para vencer mais uma data no trabalho, ele acredita na união da equipe, composta por cinco militares. (Gabriel Haesbaert / A Razão)

No hospital:

A enfermeira Juliana Bettega, 37 anos, trabalha no Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo há 11 anos e não poderá passar o início de 2016 com o esposo e seu filho de quatro anos. “A gente fica triste por não estar junto, mas é a profissão que escolhemos trabalhar”. Juliana afirma que trabalhará na virada, pois preferiu trocar para passar o Natal com o seu filho. Esta será a segunda vez que a enfermeira estará a trabalho nessa data. A expectativa é de um plantão com paz e pouca violência e atendimentos. (arquivo pessoal / Juliana Bettega)

No táxi:

O taxista Paulo Renato Quenedi, 43 anos, trabalha na profissão há dois anos e não poderá passar a data com sua esposa. Desde setembro, seu ponto de permanência é em frente à Estação Rodoviária de Santa Maria. Ele afirma que com a profissão está acostumado a trabalhar nessas datas. “Eu acho normal. Tem que se adequar à situação e esperamos um bom ganho”. Ele acredita que, com a cidade mais calma, o trabalho será mais tranquilo. (Gabriel Haesbaert / A Razão)

No ônibus:

O motorista de ônibus Fernando Soares de Andrade, 38 anos, trabalha na atual empresa há cinco anos. Esta será a terceira vez em que ele estará envolvido nas linhas de transporte pela cidade durante a virada do ano. Entretanto, ele receberá o carinho da esposa e dos quatro filhos que o visitarão no trabalho. Segundo o motorista, há a preocupação com a onda de insegurança com a data. “Na noite, o que nos preocupa são a falta de viaturas nas ruas”, comenta. (Gabriel Haesbaert / A Razão)

A RAZÃO