Com “chocalhaço”, clube de mães protesta por segurança na Capital

Com chocalhos nas mãos, moradores de Porto Alegre pediram paz para as crianças. Foto: Omar Freitas / Agencia RBS
Com chocalhos nas mãos, moradores de Porto Alegre pediram paz para as crianças.
Foto: Omar Freitas / Agencia RBS

Mobilização organizada via Facebook após relatos de assaltos e sequestros percorreu a Rua José Bonifácio, junto ao Parque da Redenção

O som de chocalhos nas mãos de adultos e crianças se espalhou pela Avenida José Bonifácio, no Parque da Redenção, em Porto Alegre, neste domingo. O barulho foi a forma encontrada pelo Clube de Mães, comunidade criada no Facebook, para protestar por mais segurança no Estado.

Sob o nome de “chocalhaço“, a manifestação começou por volta das 17h com uma passeata junto ao brique da Redenção. Vestidas de branco, cerca de 50 mulheres foram acompanhadas pelos filhos e companheiros.

— A ideia surgiu há mais ou menos um mês, quando nos demos conta de que, em apenas um dia, haviam surgido 10 postagens no grupo relatando casos de assaltos, sequestros e tentativas de sequestro — relatou a psicóloga Tanise Bernardes, 39 anos, uma das moderadoras da comunidade.

Cansadas de esperar a reação do poder público, as participantes do clube decidiram levar a indignação para as ruas. Uma delas foi Érica Fagundes, 38 anos. Em maio do ano passado, a dona de casa foi alvo de criminosos em um ônibus lotação. Estava com a filha, Alice, que tinha apenas quatro meses.

— Levaram a minha bolsa e até as coisas dela. Foi horrível. Esse é um dos motivos que me trouxe aqui. Precisamos fazer alguma coisa — disse Érica.

A mobilização terminou no Monumento ao Expedicionário, clamando por atenção do governador José Ivo Sartori. Agora, a luta continua na internet.

Por meio de abaixo-assinado virtual, o clube pede que Sartori chame a Força Nacional para conter a onda de violência no Estado. No texto da petição, o grupo diz que “as mães do Rio Grande do Sul não aguentam mais criar seus filhos trancados em casa”.

— Entendemos que é necessário recorrer à Força Nacional, porque, apesar de fazer milagres, a Brigada Militar não consegue dar conta de tudo. Queremos voltar a ter paz — desabafou a advogada Márcia Luna Köbe, 41 anos, que participou do ato.

chocalhaço

Além da mobilização, o grupo realiza um abaixo-assinado pedindo a intervenção da Força Nacional no Rio Grande do Sul.

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