Acordo foi firmado entre o Sinduscon e o governo do Estado, com o apoio da Aliança Pelotas na tarde desta quarta-feira
A demora na aprovação dos Planos de Prevenção Contra Incêndio (PPCIs), causa de uma das maiores dores de cabeça do empresariado local, deve sofrer considerável redução a partir do final deste mês. Um convênio de cooperação técnica assinado entre o Sindicato da Indústria da Construção e Mobiliário (Sinduscon) de Pelotas e Região e o governo do Estado, com o apoio da Aliança Pelotas, é o responsável pela mudança que se ensaia. O acordo prevê a contratação de três estagiários que irão atuar diretamente no montante acumulado no quartel dos Bombeiros, agilizando a liberação dos processos.
Firmado desde o ano passado, o convênio enfim chega a sua etapa prática, que é a capacitação em segurança contra incêndio a partir do treinamento dos estudantes que serão selecionados. A iniciativa das associações locais foi elogiada pelo comandante geral do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Adriano Krukoski Ferreira, que esteve presente no ato. “Estamos passando sim por dificuldades, o Rio Grande do Sul talvez mais do que os outros estados. Toda ajuda é mais do que bem-vinda quando estamos funcionando com um efetivo 50% abaixo do ideal”, disse.
O chefe do 3º Comando Regional do Corpo de Bombeiros, major André Silvério, também celebra a assinatura do acordo. De acordo com Silvério, a partir de agora a expectativa é de que se tenha erro zero na entrada dos PPCIs, ou seja, que nenhum plano com erro seja admitido para análise. O objetivo com isto é que diminua o vai e vem dos documentos entre a Corporação e as empresas, principal causa na demora dos processos. “Sem incorreções, um PPCI pode ser liberado em algumas semana, mas todos projetos que recebemos têm erros. Analisamos, em média, quatro vezes cada solicitação.”
A expectativa é grande para os empresários que atuam na cidade. O sócio-diretor do You Group, Moacir Lange, diz que já sofreu dificuldades na construção de dois empreendimentos na cidade, precisando esperar por seis meses pela liberação do PPCI. A positividade também é acompanhada de ressalvas: é importante, segundo o empresário, acompanhar de perto o funcionamento do convênio, os prazos e torcer para que, de fato, este funcione e ajude a quem deseja investir no município.
Este é o pensamento que, inclusive, motivou as entidades locais a intervirem na situação existente. O coordenador da Aliança Pelotas, Sérgio Cogoy, que irá custear o pagamento dos estagiários, diz que a principal intenção da iniciativa é ajudar no desenvolvimento regional e facilitar o crescimento na Zona Sul. Já o vice-presidente do Sinduscon, Ubirajara Leal, parceiro de Cogoy na elaboração do acordo, diz que a união dos órgãos locais é bastante importante para que o setor não pare de crescer e possa vencer os desafios burocráticos encontrados.
Ainda neste mês deve ser lançado um plano de trabalho e, a partir deste, terá início o processo de seleção. Estão aptos a concorrer os estudantes dos cursos de arquitetura e engenharia das universidades Federal e Católica. O convênio tem duração de seis meses, com previsão de renovação para mais seis.
A burocracia hoje
– Entre janeiro e fevereiro, de acordo com o major André Silvério, foram admitidos 160 novos planos, que até agora, já geraram mais de 600 verificações.