JORNAL DA MANHÃ: Efetivo da Brigada Militar é o menor em 10 anos

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23099-320x0-4A Brigada Militar trabalha hoje com o menor efetivo policial dos últimos dez anos no Rio Grande do Sul. O quadro atual é composto de 21.269 policiais militares – homens/mulheres. Com 1.892 PMs atuando em áreas administrativas, o policiamento ostensivo fica a cargo de 19.377 policiais militares, segundo dados obtidos pela reportagem via Lei de Acesso à Informação (LAI). Nos últimos dez anos, o maior efetivo da BM foi registrado em 2012 – com 24.144 PMs.

O agravamento da crise foi constatado em 2015 quando o quadro foi reduzido para 21.461 policiais militares. Além disso, só em 2015 1.794 servidores foram transferidos para a reserva remunerada.

A própria corporação admite que o número ideal é de pelo menos 37.050 PMs. Contudo, a Brigada Militar garante que todas as cidades do Rio Grande do Sul dispõem ao menos de um brigadiano, rechaçando a tese de ausência de PMs em determinados locais.

Conforme dados da LAI, frequentemente os policiais de setores administrativos são empregados no policiamento ostensivo, de acordo com a demanda de eventos e operações planejadas pelo Comando da Brigada Militar.

Com 440 coronéis aposentados, o gasto mensal do governo do Estado para custear o atual efetivo da Brigada Militar em 2016 gira em torno de R$ 118,6 milhões por mês, segundo dados encaminhados pela Secretaria da Fazenda.

Para o presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Brigada Militar, Leonel Lucas, mesmo com o agravamento da crise, o Comando da BM e o Palácio Piratini não estão tomando as medidas cabíveis para amenizar o cenário. O dirigente também adverte para o risco eminente em cidades do Interior com apenas um PM. “A avaliação é a pior possível, porque nós estamos acompanhando que os nossos colegas estão trabalhando sozinhos em várias cidades do Estado. Em cidades com dez a 15 mil pessoas, apenas um brigadiano está atuando, por exemplo”. Ele frisou, ainda, que atualmente há um PM para cada 73 mil pessoas no Rio Grande do Sul.

Leonel Lucas adiantou que mais uma ação judicial vai ser protocolada pela entidade para tentar garantir o chamamento de 2,5 mil brigadianos concursados a fim de atenuar a falta de efetivo. Desde o início da gestão, o governador José Ivo Sartori vem impedindo, por meio de decretos, a contratação de servidores concursados, alegando falta de verba em caixa para custear a folha.

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