Parte da base de Sartori se mobiliza para barrar reajustes a servidores de outros Poderes

IMAGEM ILUSTRATIVA
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Podem ficar sem aumento trabalhadores do TJ, MP, TCE, Defensoria e Assembleia

Parte da base aliada de José Ivo Sartori (PMDB) já se mobiliza para rejeitar, em plenário, a proposta de reajuste de 8,13% para servidores do Tribunal de Justiça, Defensoria Pública, Ministério Público e Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul. A intenção, além disso, é barrar até mesmo o aumento previsto para os funcionários da Assembleia Legislativa. As propostas de recomposição salarial estão previstas para serem votadas na sessão de terça-feira da semana que vem.

O grupo é liderado pelos deputados Marcel Van Hatten e Sérgio Turra, ambos do PP, Any Ortiz, do PPS, e João Raineli, do PV. Esses parlamentares passaram a buscar apoio dos pares, junto às bancadas do PSDB, PSB e PMDB. No PSB e PSDB, já existem adesões, mas o que surpreende é uma possível resistência no PMDB, partido de Sartori.

Os deputados optaram por não conceder entrevistas hoje sobre o assunto, com o objetivo de não fugir do tema principal, que é a discussão, em plenário, sobre a retomada das concessões de estradas, com o pagamento de pedágio. O objetivo, porém, é esclarecer a proposta a partir de amanhã. O anúncio, por enquanto, é de que a mobilização já se iniciou e que não há previsão de recuo.

Servidores reagem

A informação caiu como uma bomba para servidores do Judiciário e do MP, sem aumento desde 2013. Os trabalhadores mantêm estado de greve e, se o reajuste não se confirmar, a paralisação geral é iminente. O diretor do sindicato que representa os funcionários do Ministério Público, Beto Ledur, fala que a greve é inevitável se não houver reposição.

“Já está agendada uma paralisação regional, amanhã, em Santa Maria. Ainda existe, inclusive, uma definição para a greve em caso de qualquer modificação nos projetos de aumento. O prejuízo vai ser para toda a sociedade que também é representada pelos nossos servidores, além da população em geral, que pode ficar sem a assistência da Defensoria Pública”, alertou.

Já os parlamentares à frente do movimento dizem não terem sido motivados por ordens do governo. Tradicionalmente, projetos de aumento são aprovados por unanimidade pelo Parlamento gaúcho. Se a resistência se concretizar, com a reprovação dos reajustes, o ato pode ser considerado isolado e inédito ao longo da história da Casa.

Fonte:Voltaire Porto/Rádio Guaíba