Rádio Guaíba:Parcelamento de convocações para a Segurança Pública desagrada sindicatos da categoria

12313836_952809221451052_3676877053360549796_nEntidades querem que todos os aprovados sejam chamados de uma só vez e exigem novos concursos públicos para a BM e a PC

Mesmo que tenha confirmado o chamamento de aprovados para as polícias civil e militar, o pacote na área da Segurança Pública anunciado hoje pelo governador José Ivo Sartori desagradou os representantes das categorias, sobretudo em função do parcelamento das nomeações, até o fim de 2017.

O presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Brigada Militar, Leonel Lucas, lamenta que, além disso, não houve sinalização para mais um concurso público. “É uma grande preocupação porque a sociedade não pode esperar por mais reforço na Segurança. Além de parcelar os salários, agora, o governo quer parcelar convocações. É preciso ser responsável com esse tema, nomear esses mais de dois mil aprovados para a Brigada Militar de uma só vez e, ainda, abrir um novo edital de seleção”, apelou. Ontem, Lucas lembrou que até agora, mais de mil PMs pediram aposentadoria, desde o início do ano. Até dezembro, a estimativa é de que esse número chegue a 3 mil.

Já na Polícia Civil, o pacote da Segurança foi visto com mais otimismo, ainda que também tenha sido criticado. Fabio Castro, vice-presidente da Ugeirm-Sindicato, que representa a categoria, sinalizou para uma evolução, mas ponderou que ainda falta muito. “Não podemos deixar de reconhecer que houve um avanço, já que depois de um ano e meio de governo, foi apresentada uma resposta para a Segurança Pública. Porém, é inaceitável dividir os aprovados para a nossa corporação em três parcelas de 200. Todo o contingente de 650 aprovados precisa ser chamado agora e, ainda, é preciso anunciar um novo concurso público”, defendeu.

Se não houve confirmação de concursos públicos para as polícias civil e militar, a garantia é de que haja seleções para a Susepe (106 vagas) e o Instituto geral de Perícias (IGP) (700 vagas). Entretanto, entre os servidores penitenciários, também sobraram reclamações. O presidente da Amapergs Sindicato, que representa a categoria, salientou que só foram abertas vagas para agente, deixando de fora mais duas carreiras: a de técnico penitenciário, para promover a ressocialização de presos, e a de agente penitenciário administrativo. Flávio Berneira pondera, contudo, que o principal alerta é para o não chamamento de aprovados de um concurso que vence dentro de pouco mais de um mês. “Temos 390 técnicos penitenciários aguardando para serem chamados e o prazo para o aproveitamento expira em setembro. Não foi dita uma palavra sobre o aproveitamento desse grupo e as incertezas em relação ao futuro profissional de cada um vão continuar, a exemplo da deficiência do nosso trabalho”, sustentou.

Os investimentos anunciados hoje, totalizando quase R$ 167 milhões, incluem a liberação de R$ 52 milhões em diárias e horas-extras para os agentes de Segurança, medida que, segundo o governo, pode duplicar as ações da Operação Avante. Outros R$ 30 milhões serão destinados, ainda nesse ano, à infraestrutura dos órgãos de segurança.

No que se refere ao sistema penitenciário, a promessa é de criação de 4,8 mil novas vagas no regime fechado e 1,4 mil no semi-aberto.

Veja o cronograma de chamamento de aprovados em concurso na BM e PC

Primeira etapa – 2016/segundo semestre

BM (entre agosto e fevereiro): 530

PC (entre agosto e dezembro): 221

Segunda etapa – 2017/primeiro semestre

BM (entre janeiro e julho): 770

PC (entre janeiro e julho): 220

Terceira etapa – 2017/segundo semestre

BM (entre julho e dezembro): 700

PC (entre julho e dezembro): 220

Total

BM: 2000 PMs

PC: 661 agentes

Fonte:Voltaire Porto / Rádio Guaíba