Emenda que desvincula o Corpo de Bombeiros da Brigada Militar segue em análise na Casa Civil
Enquanto na Casa Civil a emenda constitucional que desvincula o Corpo de Bombeiros da Brigada Militar segue em análise, a corporação de Sapucaia do Sul dá um novo e importante passo para a independência. Na unidade, a esperada mudança começou pela vestimenta. O uniforme, antes nas cores da BM, agora é azul-marinho. A apresentação da nova roupagem dos bombeiros sapucaienses ocorreu na manhã de ontem (15) na sede da corporação, no bairro Santa Catarina. A cidade é uma das primeiras a aderir ao novo fardamento no Estado. Além dela, corporações de Porto Alegre e Bento Gonçalves também já realizaram a compra dos novos uniformes.
De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros de Sapucaia do Sul, Fernando Dalpiaz, a aquisição das peças foi feita com verba própria da corporação por meio do Fundo de Reequipamento do Corpo Bombeiros (Funrebom) e custou R$7,9 mil. Foram comprados dois uniformes completos para cada um dos 18 servidores da corporação. Segundo ele, a ideia é fazer com que a comunidade comece a se adaptar com as mudanças que virão. Inicialmente a emenda que prevê a transição, aprovada pelos deputados em 2014, deveria entrar em vigor no próximo dia 2 de julho, quando é comemorado o dia do bombeiro.
“Ainda não sabemos ao certo como e quando esta transição vai acontecer. Mas vejo como algo positivo. Teremos uma rubrica própria, o que deverá melhorar a captação de recursos para a compra de materiais para a corporação. Antes o que acontecia era que a verba era repassada para a Secretaria de Segurança que encaminhava para a Brigada Militar. Esperamos que a melhora financeira contribua também com a aquisição de viaturas. Um caminhão de bombeiros custa entre R$350 e R$500 mil, logo saía mais barato investir em carros leves para a polícia”, comenta Dalpiaz.
Entre os bombeiros a esperança é para que a separação seja posta em prática o quanto antes. “Estamos na expectativa de como se dará toda esta mudança. Esperamos que ela aconteça em breve, pois nos dará maior autonomia financeira e funcional. A troca do fardamento certamente foi o primeiro passo”, opina o sargento Gilberto Alves.
Efetivo e materiais
Conforme o comandante do Corpo de Bombeiros de Sapucaia do Sul, Fernando Dalpiaz, a corporação conta hoje com 18 servidores. No local os bombeiros têm disponíveis dois caminhões, três veículos leves e uma embarcação. Segundo Dalpiaz, a corporação atende, em média, a dois incêndios em residência por semana, além de outras ocorrências como fogo em mato, e salvamento de animais.
Descaracterização com a Brigada Militar
Comandante do 1º Grupamento de Combate a Incêndio, que abrange as cidades de São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Portão, Taquara e Montenegro, Karyn Savegenago de Oliveira, também participou da cerimônia ontem em Sapucaia do Sul. “Estamos muito felizes com a aquisição desses novos uniformes que para nós vem em razão da futura desvinculação do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar, e que está programada para dia 2 de julho. O novo fardamento vem contribuir com a questão operacional, ficando mais fácil a agilidade no combate ao incêndio e para esta descaracterização com a Brigada Militar”, explica.
Contagem regressiva no site da Abergs
No site da Associação de Bombeiros do Estado (Abergs), uma contagem regressiva aponta os dias, horas, minutos e segundos restantes até o próximo dia 2 de julho, data limite para a finalização do processo de transição. De acordo com o coordenador-geral da Abergs, Ubirajara Pereira Ramos desde 2014, por conta da emenda 67, o Corpo de Bombeiros já é um órgão de estado, separado da Brigada Militar.
“O que falta são questõotilde;es burocráticas, em análise na Casa Civil. Dois anos é tempo mais que suficiente para desenvolver um órgão tão importante como o Corpo de Bombeiros, que lida com a vida da população. Esta legislação foi construída no governo passado, não sabemos o porquê de tanta demora. Se falta de vontade política para dar atenção ao tema ou se é pelo governo não entender a importância desta corporação”, questiona. “O que precisamos saber é quando o governo vai tomar uma providência e nos dar uma resposta. Muitos convênios que vencerão depois do dia 2 de julho permanecem vinculados a Brigada Militar. Sem CNPJ, o Corpo de Bombeiros não tem permissão para fechar contratos com prefeituras ou com o Governo Federal”, explica.
A reportagem do Jornal VS tentou, do início da manhã até a metade da tarde contato com a assessoria de imprensa da Casa Civil por e-mail e telefone, sem que obtivesse retorno.
JORNAL NH