A ABAMF levou ao Legislativo Municipal de Caxias do Sul, durante audiência pública realizada dia 11 de junho, o descontentamento de muitos servidores com o atendimento do Ipe na região da Serra. O encontro, conduzido pelo vereador Rodrigo Beltrão/PT, presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança (CDHCS) contou com a presença do presidente estadual da ABAMF, Leonel Lucas, o vice-presidente da Regional ABAMF Caxias do Sul, Samir Damin, e os vereadores Denise Pessôa/PT e Renato Oliveira/PCdoB.
O vice-presidente da Regional Caxias foi enfático quanto aos problemas existentes e apontados por usuários do serviço. Segundo Damian, não existem plantões pediátricos, a espera por consultas pode chegar a até três meses e há casos de cobrança indevida por parte dos médicos credenciados. “Hoje, os servidores têm um valor fixo descontado de sua folha de pagamento, justamente para terem direito ao atendimento médico quando necessitam. Na hora de ir ao consultório, também somos cobrados”, denunciou.
Na opinião de Leonel Lucas, falta clareza e fiscalização do Estado: “O atendimento não está ruim apenas em Caxias do Sul. O estado inteiro sofre. Quando mais precisamos de apoio, mais temos que pagar. Se trata de um relaxamento do IPE”, criticou.
Já o diretor de Saúde do IPE, médico Alexandre Guimarães Escobar, rebateu com dados da instituição. Conforme Escobar, embora não haja reajuste no salário dos médicos credenciados nos últimos cinco anos, o repasse está em dia. “O profissional que realizar uma consulta hoje receberá a transferência do valor em até 30 dias úteis. Sabemos que pode haver entendimento de que o valor repassado seja pequeno (R$ 47 por consulta), mas não há atraso no repasse”, defendeu. Informou que o IPE registra mais de 7,4 mil médicos credenciados no estado.
Questionado sobre o fato de o IPE não oferecer serviços considerados obrigatórios pela Agência Nacional de Saúde (ANS) para que se concretize a existência de um plano de saúde, como acesso a nutricionistas e psicólogos, o diretor explicou que, legalmente, o organismo é um benefício oferecido aos servidores públicos, não precisando, portanto, seguir normativas da ANS. No entanto, criticou as cobranças indevidas: “Se há cobranças de valores dentro do consultório, precisamos que a população nos ajude e denuncie esses médicos. Não podemos ser coniventes com pequenos delitos”, afirmou.
O diretor também comentou sobre um movimento para reestruturar o serviço: “Atualmente, o IPE tem plenas condições para se sustentar. Nosso orçamento para 2016 é de R$ 2 bilhões”. Informou também sobre a abertura de um espaço para ouvidoria, o qual o contribuinte pode acessar pelo telefone 0800 51 7797. “Estamos nos comprometendo a melhorar o serviço prestado”, prometeu.
Paulo Rogério N. da Silva
Jornalista ABAMF
(Texto compilado da assessoria de comunicação da Câmara Municipal de Caxias do Sul)