Correio do Povo: Voluntários temem que separação dos bombeiros da Brigada afete serviço no RS

Bombeiros voluntários do RS atendem cerca de 90 municípios | Foto: Corpo de Bombeiros Voluntários de Butiá / Divulgação / CP
Bombeiros voluntários do RS atendem cerca de 90 municípios | Foto: Corpo de Bombeiros Voluntários de Butiá / Divulgação / CP

Projeto de lei que trata do tema será votado na Assembleia na próxima terça-feira

A Associação dos Bombeiros Voluntários do Estado do Rio Grande do Sul (Voluntersul) manifestou nesta sexta-feira o temor de que a separação do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar afete o trabalho das 41 unidades em atividade no Estado, responsáveis pelo atendimento em torno de 90 municípios onde residem cerca de um milhão de pessoas.

Na próxima terça-feira será votado na Assembleia Legislativa, em regime de urgência, o projeto de lei complementar que trata da organização básica do CBMRS. O governo do Estado precisa ainda encaminhar a lei que trata da transição e a lei sobre a fixação de efetivo. O presidente da entidade, Edison Rother, explicou que o problema está na inclusão da palavra “exclusivamente” nas atribuições do Corpo de Bombeiros Militares do Rio Grande do Sul (CBMRS). Ele entende que o termo poderá impedir a atuação legal das forças auxiliares municipais pois colocariam elas em ilegalidade na prática.

“Até alguém que usar um extintor de incêndio estará agindo ilegalmente”, comparou. Edison Rother apontou também para o risco dos bombeiros voluntários serem “encampados” na prática pelo CBMRS mesmo não sendo integrantes da corporação. Até o dia da votação, a entidade estará mantendo contatos com os deputados no sentido de aprovar uma emenda que deixe claro a atuação dos bombeiros voluntários dentro do atual modelo.

Já o comandante do CBMRS, coronel Adriano Krukoski Ferreira, assegurou que a mudança não vai afetar os bombeiros voluntários. “Não muda nada”, garantiu o oficial, acrescentando que o trabalho dos bombeiros voluntários é “imprescindível” pois jamais a corporação conseguirá estar presente em todas as cidades gaúchas.

O comandante do CBMRS lembrou que os convênios com as prefeituras permanecem sendo realizados do mesmo modo como sempre foram firmados, possibilitando assim que a atividade seja regularizada e que permita oficialmente o emprego do termo “bombeiro voluntário”.