Gasto astronômico: Brasil gasta R$ 1 bilhão ao ano só com deputados federais

Juntos, os 513 deputados custam, em média, R$ 86 milhões ao contribuinte todo mês
Juntos, os 513 deputados custam, em média, R$ 86 milhões ao contribuinte todo mês

Além do salário de R$ 33,7 mil, parlamentares têm direito a ajuda de custo, cotão, auxílio-moradia e verba de gabinete para contratar até 25 funcionários

Mais do que o alto salário de R$ 33.763,00, os deputados federais somam regalias que custam R$ 1 bilhão por ano ao contribuinte. Na lista, consta auxílio-moradia de R$ 4.253 ou apartamento gratuito para morar, verba de R$ 92 mil para contratar até 25 funcionários, de R$ 30.416,80 a R$ 45.240,67 por mês para gastar com alimentação, aluguel de veículo e escritório, divulgação do mandato, entre outras despesas. Segundo levantamento do site Congresso em Foco, os gastos mensais no ano passado totalizaram – aos 513 representantes – aproximadamente R$ 86 milhões.

Além destes benefícios, os deputados ainda possuem ressarcimento de gastos médicos caso o plano do Congresso não cubra as intervenções. Desejo de maioria da população que dependem da cobertura dos planos de saúde ou, em situações ainda mais vulneráveis, do Sistema Único de Saúde (SUS).

No mês passado, em decisão administrativa, a Mesa Diretora decidiu diminuir os gastos com assinatura de veículos de imprensa e, por outro lado, aumentar em R$ 2,3 milhões o valor anual da verba destinada à cota parlamentar – verba pública que deputados usam com gastos como alimentação, combustível e passagens aéreas. Os valores de ambas as despesas são semelhantes, o que sugere uma escolha na aplicação orçamentária – no ano passado, R$ 1,96 milhão foi consumido com a compra de jornais e revistas. Como foi uma deliberação interna, a medida não precisa passar pela análise dos 513 deputados.

Gastos em alta
O aumento na verba de mandato vai custar aos cofres públicos mais R$ 371,86 por mês para cada um dos 513 deputados – que, a depender dos estados que representam, recebem entre R$ 30 mil e R$ 45 mil a título de cota parlamentar. A decisão foi da Mesa Diretora da Câmara, encabeçada pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que alega não haver aumento de gastos, mas redistribuição de valores.

Além de jornais e revistas, a Casa resolveu cortar o fornecimento de materiais de escritório para os gabinetes (papel-ofício, etiquetas, envelopes etc). No comunicado aos deputados, a Câmara diz que a medida vai ter positivo impacto ambiental devido à redução de papéis utilizados, e lembra que os parlamentares podem usar a cota para repor as assinaturas.