Secretário da Segurança do RS defende o porte de arma e é contra a legalização das drogas

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FOTOOWantuir Jacini foi questionado no Programa Agora sobre o pacote de medidas em prol da segurança no estado

O secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Wantuir Jacini, afirmou na manhã desta sexta-feira, em entrevista ao Programa Agora, que o pacote de medidas anunciado pelo governador José Ivo Sartori deve ter resultados expressivos no combate à criminalidade no Estado. Questionado sobre o porte de armas, Jacini disse ser favorável, desde que com regulamentação. De acordo com o titular da pasta, o Estatuto do Desarmamento (2003) retirou as armas das pessoas de bem, mas manteve os criminosos armados.

“Eu me insiro entre os gaúchos que gostam de andar armados. Não só por profissão, mas também historicamente. Os gaúchos sempre andaram armados e defenderam o território riograndense e nacional porque sempre estiveram preparados para essa defesa. Quando se fez a lei do desarme, se dizia que se precisava tirar de circulação as armas, porque os criminosos utilizavam as armas e retroalimentavam o crime. O que aconteceu: retirou-se a arma das pessoas de bem e os criminosos continuaram comprando armas na fronteira. Ficaram as pessoas de bem desarmadas e os criminosos armados. Nos Estados Unidos, a arma é cultural. O Rio Grande do Sul poderia ser semelhante. É cultural usar armas, principalmente na campanha gaúcha”, destacou Jacini, dizendo que o porte dependeria de um controle, como, por exemplo, o registro da arma. Além disso, Jacini se mostrou contrário à legalização do comércio de drogas, sustentando que países que liberaram a venda recuaram nas medidas, principalmente, devido aos crimes conexos.

Questionado sobre a insegurança em Porto Alegre, Jacini garantiu que se sente seguro ao circular pelas ruas da Capital, não só por conta da escolta que o acompanha, mas também pelo fato de ser policial. Sobre a elevação dos índices de homicídio em Porto Alegre, o secretário destacou que a situação é a mesma dentro e fora do Rio Grande do Sul. Ele sustentou que 320 cidades gaúchas não registram homicídio há mais de um ano, mas reconheceu que na Grande Porto Alegre os índices são altos.

O Plano Estadual de Segurança Pública lançado nessa quinta-feira também foi tema da entrevista. Para Jacini, o pacote de medidas não é o “necessário, mas o possível”, dentro da capacidade orçamentária do Rio Grande do Sul. No entanto, o secretário que confia plenamente que as propostas podem diminuir os índices de criminalidade. Na entrevista, divulgou os números positivos da Operação Desmanche, que busca a desativação de 1,5 mil depósitos irregulares de peças de automóveis nos próximos 8 meses. Jacini informou que se trata de um trabalho de médio prazo, entre dois e três anos.

Ao ser questionado sobre medidas imediatas na Segurança Pública, esclareceu que foi reservada uma quantia emergencial de R$ 52 milhões em horas extras, com possibilidade de duplicação das ações da Operação Avante, que já resultou na redução de 30% da criminalidade no Centro da Capital. Além disso, as ações serão estendidas a 19 cidades da Região Metropolitana, com ampliação dos investimentos especializados e perícias da Polícia Civil.

Sobre o aumento de vagas nos presídios, Jacini disse que estão sendo finalizadas 2.450 em Canoas e 670 em Guaíba (que está com 70% das obras concluídas). Outras 1.700 estariam condicionadas a permutas com imóveis públicos desativados. Revelou que no plano detalhado por Sartori não foi citado que em 23 cidades gaúchas o poder público está construindo ou ampliando vagas. Também estaria prevista a construção de três novos presídios, que já tem planta, mas ainda não foi escolhido o terreno nem firmada a contratação. Outra novidade é que para o regime semiaberto, seriam destinadas outras 920 vagas, ajudariam a desafogar os presídios gaúchos.

Jacini também ratificou as informações apresentadas ontem, sobre o chamamento de novos policiais militares e civis aprovados em concursos públicos e certames emergenciais para a Susepe e o Instituto Geral de Perícias. O plano prevê a contratação de 2 mil novos PMs, 600 policiais civis, e seleção de 106 servidores para o Instituto Geral de Perícia (IGP) e 700 para a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe).

Fonte:Rádio Guaíba