Vice Governador ratifica que a crise do Estado deve ser paga pelos Servidores, afinal é mais fácil resolver assim.

vice-governador-jose-paulo-cairoli-em-santa-maria-1440245525O16Cairoli admite adaptações em plano de Segurança, mas critica “informações incorretas” sobre falta de efetivo

Vice-governador também defendeu que debate sobre o aumento, em cinco anos, da carreira de policial seja feito ‘sem protecionismo’

Responsável pela formação do plano de segurança apresentado na quinta-feira passada pelo Palácio Piratini, o vice-governador José Paulo Cairoli disse, no fim de semana, que as ideias de segmentos da sociedade visando a melhorar a estratégia podem ser consideradas e avaliadas pelo governo, desde que feitas com base em “informações corretas” sobre a falta de efetivo nas corporações. Cairoli se referiu ao anúncio da OAB de que pretende elaborar um plano alternativo de segurança, junto de entidades de classe, após considerar que o sistema atual está “falido”.

Cairoli reiterou que o plano que prevê o chamamento gradativo de 2,65 mil concursados da Brigada Militar e Polícia Civil, até o fim de 2017, além de concursos públicos para a Susepe e o IGP, foi feito dentro do que é “possível” e “real” diante de uma situação de crise financeira. Ele disse admitir ajustes no que for preciso, mas lembrou que a orientação do governador José Ivo Sartori é não prometer o que não pode ser cumprido. “Vemos dados errados sobre a quantidade de brigadianos sendo divulgados, e também sobre a retirada de PMs dos presídios, o que não é uma coisa que pode ser feita rápido e de maneira fácil”, ponderou.

O vice-governador também defendeu que as categorias reconheçam que, desde janeiro do ano passado, os salários de praças da BM tiveram aumento de cerca de 30%. Questionado se esses reajustes podem ser levados em conta, já que foram concedidos pelo governo anterior, de Tarso Genro, Cairoli frisou: “Pode ser até encarado dessa forma, mas poderíamos perfeitamente não dar o aumento, por não haver recursos para isso”. O calendário de reposições vai até 2018. Na gestão atual, a lei de responsabilidade fiscal estadual proíbe que as gestões em curso concedam reajustes a serem pagos pela próxima.

PEC da Bengala: “discussão não pode ser com protecionismo”

Cairoli disse, ainda, que o governo precisa fazer as mudanças e os enfrentamentos necessários para atender os anseios da sociedade, sem deixar que a discussão seja tomada pelo “protecionismo”. O vice-governador confirmou que há, hoje, servidores se aposentando de forma precoce na área da Segurança Pública, mas evitou comentar o alerta da Associação de Cabos e Soldados (Abamf) de que 5 mil PMs podem deixar a corporação se o governo insistir em aumentar, com um projeto de lei, a idade mínima para a aposentadoria, além de excluir promoções para o pessoal inativo. “O que temos é que avaliar o que a sociedade comporta e se ela comporta bancar a conta dos aposentados, que hoje correspondem a 55% da folha”, completou.

Caso a PEC da Bengala passe na Assembleia, policiais do sexo masculino só poderão se aposentar com 35 anos no exercício da função, e não mais com 30. Já as mulheres terão de esperar 30 anos pelo benefício. Hoje, a norma permite que elas se aposentem com 25 anos de trabalho.

Fonte:Rádio Guaíba