Às voltas com a falta de dinheiro para pagar salários e sem ter como investir em áreas essenciais, o governo do Rio Grande do Sul está em busca de um incerto socorro federal, que depende de análise técnica e de decisão política. Enquanto o pagamento por investimentos feitos em estradas federais na década de 1980, estimado em R$ 2 bilhões, é discutido por um grupo de trabalho, cabe perguntar: qual é o plano B para o caso de a demanda ser rejeitada? Se tem esse plano, o governo não revela. Se não tem, e está impedido de mexer nos privilégios dos outros poderes, é o caso de questionar a conveniência de manter estruturas e costumes do tempo da bonança. Por exemplo:
1. Faz sentido o Rio Grande do Sul ter dois bancos públicos, o Banrisul e o Badesul, e ser sócio de um terceiro, o BRDE?
2. Qual a razão da existência de estatais que não faturam o suficiente para cobrir seus custos?
3. Vender a CEEE e a Sulgás poderia ser uma solução?
4. Por que o governo está demorando tanto para vender ou permutar imóveis que não são utilizados ou estão alugados a preço de banana?
5. Por que não se propõe uma mudança na legislação para impedir qualquer pagamento acima do teto salarial, começando pela acumulação de salário ou aposentadoria pública com pensão?
6. Qual é a lógica de uma estatal ter um programa permanente de demissões voluntárias, a que os funcionários aderem às vésperas da aposentadoria, recebem uma bolada e vão para a inatividade?
7. Que fim levou o estudo para identificar o que é essencial na estrutura do Estado, o que deve ser repensado e o que perdeu a razão de existir?
8. Um Estado quebrado tem de ter gráfica, TV, zoológico?
9. Por que não se cogita transferir atividades de fundações para organizações da sociedade civil, como prevê lei aprovada no governo de Yeda Crusius?
10. Por que tanta demora em lançar as concessões das estradas, se o Estado não tem dinheiro para conservá-las?
ZERO HORA