ZERO HORA: Especialista em segurança defende legalizar comércio de drogas no país

Especialista em segurança avalia que o país não tem condições de controlar as imensas fronteiras Foto: Gustavo Caleffi / DivULGAÇÃO
Especialista em segurança avalia que o país não tem condições de controlar as imensas fronteiras
Foto: Gustavo Caleffi / DivULGAÇÃO

Para Gustavo Caleffi, é a melhor saída para combater a criminalidade

Por: Caio Cigana ZERO HORA

Convidado a falar para empresários sobre os impactos da escalada da criminalidade, o especialista em gestão de riscos e segurança estratégica Gustavo Caleffi defendeu nesta quarta-feira que o principal ponto a ser atacado para começar a solucionar o problema no Brasil é o tráfico de drogas. Por entender que o país não tem condições de controlar as fronteiras, pregou que a única saída viável seria o governo federal legalizar o comércio de drogas, regulamentando e fiscalizando a atividade.

É o tráfico, entende Caleffi, que desencadeia a violência, com as disputas por território entre quadrilhas, sempre fortemente armadas, exemplifica. Ao controlar o comércio de drogas, o governo poderia inclusive arrecadar impostos que ajudariam a custear políticas de segurança. No quadro atual, a venda é proibida no país, mas o uso é liberado, disse o especialista, antes de palestrar na Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul).

— Temos de ser realistas. Hoje a sociedade está se engando — afirmou Caleffi, ressaltando que, apesar de ser contra as drogas, não vê outra estratégia factível.

O avanço da criminalidade no país, entende Caleffi, é resultado da soma de uma série de fatores como falência do sistema penitenciário, leis brandas, livre comércio de produtos ilegais, banalização da vida e, no fim das contas, impunidade. Para o palestrante, não há um ponto específico a ser priorizado na lista de causas.

— É preciso atuar em todas as frentes ao mesmo tempo — entende Caleffi, autor do livro Caos Social, a Violenta Realidade Brasileira.

As consequências do aumento da insegurança, prossegue o especialista, impactam o comportamento da população e a economia. Dois exemplos são as preferências por shoppings centers em detrimento a lojas de rua e a busca por condomínios residenciais.