ZERO HORA: Bloqueio é ampliado em frente à Assembleia para votação do pacote

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Pelo menos cem PMs foram descolados para acompanhar pauta de votações na Assembleia

Projetos devem começar a ser apreciados na tarde desta segunda

Para garantir a votação do pacote de medidas de reestruturação do Estado encaminhado pelo governador José Ivo Sartori, a Assembleia Legislativa e a Brigada Militar montaram uma operação especial de segurança. Desde o final da madrugada desta segunda-feira o número de policiais foi reforçado e o bloqueio do trânsito foi ampliado.

As grades de proteção instaladas há um mês ao redor do Palácio Farroupilha foram avançadas até a Praça da Matriz, impedindo que pessoas e carros acessem a via em frente à AL desde a Rua Duque de Caxias.

As medidas foram tomadas devido aos protestos que estão previstos. Acampados na Praça da Matriz desde que Sartori anunciou o pacote, servidores públicos prometem pressionar os deputados para reprovarem as medidas, principalmente aquelas que envolvem demissões de celetistas, mudança no calendário de pagamento e extinção de fundações. Desde cedo, a movimentação de servidores é intensa nos arredores.

Polícia montada também foi deslocada para Praça da Matriz

AS PROPOSTAS DO GOVERNO

Extinção de fundações e demissões:
– Extinção de nove fundações – Ciência e Tecnologia (Cientec), Desenvolvimento e Recursos Humanos (FDRH), Economia e Estatística (FEE), Pesquisa Agropecuária (Fepagro), Piratini (TVE e FM Cultura), Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (FIGTF), Produção e Pesquisa em Saúde (Fepps), Zoobotânica (FZB) e Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan).

– Fim da Superintendência de Portos e Hidrovias (absorvida pela Superintendência do Porto de Rio Grande) e da Companhia Riograndense de Artes Gráficas (Corag).

– O pacote prevê a demissão de servidores que trabalham em regime celetista nesses órgãos, além de de cargos de confiança (CC¿s). Segundo a Gaúcha apurou, são entre 1,1 e 1,2 mil demissões caso o pacote seja aprovado.

– Hoje as fundações tem uma receita de R$ 47,2 milhões, mas despesas de R$ 177,2 milhões. Segundo o governo, a economia com os cortes será R$ 137 milhões.

Fusão de Secretarias e extinção de órgãos
– Fusão de seis secretarias em três, reduzindo para 16 pastas ao todo: Cultura com Esporte, Turismo e Lazer; Justiça e Direitos Humanos com Trabalho; e Planejamento com Geral de Governo.

Privatização
– Revogação do dispositivo constitucional de plebiscito para privatizar a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Companhia de Mineração (CRM) e Sulgás.

Folha de pagamento
– Revogação do dispositivo da Constituição estadual que determina pagamento dos salários até o último dia útil de cada mês. A ideia é construir um novo calendário: até o quinto dia útil para quem ganha R$ 1,3 mil; 10º dia útil para salário de até R$ 2,9 mil; até 15º dia útil para salário até R$ 6 mil e demais servidores até o 20º dia útil.

13º salário
– A data limite para depósito do 13º salário, 20 de dezembro, não seria mais obrigatória.

Brigada Militar
– Aumentar a permanência de policiais na ativa, com redução dos benefícios que estimulam a aposentadoria.

– Redução das cedências de brigadianos para funções administrativas.

Previdência
– Aumento da contribuição previdenciária dos atuais 13,25% para 14% aos servidores de todos os poderes.

Remuneração acima do teto
– Remunerações dos servidores (incluindo salário e aposentadoria, por exemplo) não poderão extrapolar o teto constitucional.

Fim da licença-prêmio
– Transformar a licença, com afastamento dos servidores da função, por licença capacitação/qualificação. O projeto já tramita na Assembleia e deve entrar em regime de urgência.

Sindicatos
– Eliminação da remuneração paga pelo Estado aos servidores cedidos para atuação em entidades de classe. Na prática hoje alguns funcionários acumulam benefícios pagos pelo governo e pelos sindicatos.

– Atualmente são 317 servidores cedidos, ao custo mensal de R$ 2,9 milhões.

ICMS
– Antecipação do calendário de recolhimento do imposto do dia 21 para o dia 12 de cada mês, permitindo ingresso mais cedo dos recursos no caixa do Tesouro.

Duodécimo
– Mudança na fórmula de cálculo do duodécimo de Judiciário, Legislativo, Tribunal de Contas, Ministério Público e Defensoria, que passam a receber cota a partir da receita real arrecadada mensalmente e não mais o valor nominal previsto no orçamento.

Fim de benefícios sem previsão legal
– Proibição de pagamentos de benefícios (como auxílio moradia e vale-alimentação) a servidores sem que haja envio de projeto de lei à Assembleia Legislativa. A medida visa dificultar a criação de novos benefícios sem aprovação dos deputados.

Revisão de benefícios fiscais
– Limitar os benefícios fiscais concedidos a empresas.

ZERO HORA