G1: Oposição questiona quem deve assumir guarda externa de presídios após votação em 1º turno

512

Uma nova votação, em segundo turno, deve ser realizada no mês que vem. Deputados de oposição reclamam da falta de definição sobre quem assumiria a segurança.

Foi aprovada em primeiro turno na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, na noite de terça-feira (13) a proposta que retira da Brigada Militar a exclusividade na guarda externa dos presídios. Ainda não foi definido, no entanto, quem seria o responsável pelo trabalho no lugar da polícia. O texto ainda deve passar por votação em julho.

A emenda à Constituição foi aprovada por 35 votos favoráveis e 16 contrários. Até o PDT, que não faz mais parte da base a maioria dos deputados pedetistas aprovou a proposta.

“É uma alternativa para melhorar um pouco a questão da insegurança aí fora. Se nós pudéssemos retirar 200, 300 brigadianos da guarda física dos presídios e colocá-los nas ruas para enfrentar a bandidagem”, afirmava o deputado estadual Enio Bacci (PDT).

Segundo ele, o trabalho pode ser feito por meio de monitoramento eletrônico, com câmeras de vigilância, “que certamente é mais eficaz”, completa o pedetista.

Já deputados oposicionistas como Manuela D’Ávila (PC do B) acreditam que o governo quer dar “carta branca” para qualquer um cuidar dos presídios.”Tirar pessoas qualificadas que atuam na segurança pública e quer que a gente vote sem saber quem ficará lá”, afirma.

“Quais os critérios, como integrará esse serviço à segurança pública já que um dos maiores temores dos gaúchos é a grande população carcerária de presos em presídios superlotados?”, indaga Manuela.

Plebiscito só em 2018

Já o Plebiscito proposto pelo governo para a venda de três estatais sequer foi discutido na terça, uma vez que mesmo aprovado, não haveria tempo hábil para que a votação acontecesse ainda em 2017 por causa da impossibilidade publicar o resultado no Diário Oficial antes da quinta-feira (15). A consulta popular, se aprovada, só deve acontecer no ano que vem.

PT, PCdoB e Psol rejeitaram o acordo do governo, e por isso a base aliada do governo trabalha para que a consulta seja realizada no ano que vem.

“Hoje (terça) era o dia de votar o projeto que convoca o plebiscito (…) ainda há a possibilidade de fazermos o plebiscito no ano que vem, no dia da eleição do primeiro turno”, afirmava o líder do governo na Assembleia, Deputado estadual Gabriel Souza (PMDB).

De acordo com o deputado de oposição Juliano Roso (PCdoB), ainda restam dúvidas sobre quem pagaria com os cursos, e fiscalizaria abusos. “Quem vai pagar a propaganda desse plebiscito nós não sabemos, quem vai fiscalizar, se não vai haver abusos, nós não sabemos”, afirma.