Policiais militares reforçam segurança no Vale do Sinos
Lotação definitiva por cidade ainda não foi definida. Por enquanto, eles fazem um rodízio reforçando os batalhões da região
Policiais Militares (PMs) circulando pelas ruas, uma imagem que andava rara e foi modificada no final de julho, com a vinda de soldados recém-formados para a região, vai se tornar definitiva. Os 58 novos brigadianos que estão atuando numa espécie de rodízio pelas 16 cidades do Comando Regional de Polícia Ostensiva do Vale do Rio dos Sinos (CRPO/VRS) ficarão aqui quando esta etapa for encerrada. Assim, a partir de meados de setembro, eles serão destinados ao trabalho fixo nas corporações.
Segundo o comandante do CRPO/VRS, coronel Álvaro de Medeiros, ainda não há a definição de quantos deles serão encaminhados para cada cidade. Por enquanto, eles seguem fazendo um reforço aos batalhões da região. “Essa fase, que precede a movimentação definitiva dos novos militares, visa tanto a atuação concentrada nos municípios de maiores índices criminais quanto a oportunidade de atuação e apropriação das peculiaridades dos diversos municípios”, detalha Medeiros.
No final do mês passado, a Brigada Militar formou um total de 1.018 soldados, já encaminhados para cidades de todo o Estado. Os 58 PMs enviados ao Vale do Sinos correspondem a 5,69% desse total. “É absolutamente positiva a vinda desses militares”, diz o comandante.
Fase de aplicação
Já formados, os 58 PMs estão em fase de aplicação dos conhecimentos que obtiveram no curso. Assim, trabalham circulando pelas cidades da região, estando especialmente concentrados nas cidades de São Leopoldo e Novo Hamburgo, que possuem os maiores índices de criminalidade no Vale do Sinos. “Nessa fase de aplicação, eles atuam em todas as funções operacionais correspondentes ao cargo. Isso deve perdurar até meados de setembro”, detalha o comandante Medeiros. Mesmo depois de lotados de forma definitiva nas corporações, eles irão participar de atividades de rotina e em eventos específicos nas cidades da região.
“Acréscimo não é suficiente”
O comandante reconhece que a vinda dos PMs, embora seja positiva, não supre a necessidade da região. “Não é segredo para ninguém que a Brigada Militar vem passando por uma grave deficiência quantitativa no seu quadro de recursos humanos. Isso não é um fenômeno novo, decorre de uma série histórica, há décadas, em que as inclusões não têm sido suficiente para suprir as faltas”, comenta.
Ele destaca que o quadro atingiu nível mais severo em decorrência das mudanças no modelo previdenciário. “Desse modo, hoje, a falta atinge todos os municípios do Estado. Assim, apenas sob a ótica da necessidade, o acréscimo ainda não é suficiente”, afirma.
Critérios para a divisão
Prevista para ocorrer somente após a metade de setembro, que é quando será finalizada a fase de aplicação, a destinação final dos novos PMs vai ocorrer com base em vários critérios. Conforme Medeiros, serão considerados, prioritariamente, a conservação de um número mínimo de brigadianos nos batalhões e os indicadores de segurança pública mais violentos. “Todos os 58 permanecerão no Vale do Rio dos Sinos. Os critérios de lotação são a preservação de padrões mínimos de efetivo, em todos os municípios, os indicadores de segurança pública e os indicadores de criminalidade coletados no programa de gestão da Brigada Militar”, explica.
Novo concurso
Concluída a formação dos 1.018 soldados, a Brigada Militar iniciou curso para outros 422 soldados remanescentes do último concurso. A previsão é de que eles estejam nas ruas até fevereiro do ano que vem. Além disso, há 49 PMs e 85 bombeiros, suplentes desse mesmo concurso, que começarão curso neste mês. Há ainda a previsão de novo concurso da Brigada Militar, que deve criar um total de 4,1 mil vagas para oficiais e soldados. A previsão é de que até a metade do próximo ano eles possam começar a atuar nas ruas.
