Após manifestação, governo reafirma que haverá diálogo com as entidades representativas

Uma manifestação que culminou com uma reunião no Palácio Piratini, com o chefe da Casa Civil, assegurando que o governo manterá a palavra com as associações  e não encaminhará para votação na Assembleia Legislativa de propostas que atinjam os Militares Estaduais e policiais civis sem diálogo com as entidades. “Vamos esperar a conclusão da votação da reforma( reforma da Previdência) para saber qual o limite de atuação do Estado”, disse  Otomar Vivian. Este foi o resultado prático da grande mobilização dos policiais e bombeiros militares e policiais civis, no centro de Porto Alegre, dia 17 de setembro.

O governo gaúcho pôde ver o tamanho da insatisfação dos Militares Estaduais na manifestação que iniciou às 13 horas e durou a tarde inteira, apesar da forte chuva que caiu na capital. Partindo da Praça General Sampaio milhares de policiais e bombeiros militares gaúchos andaram em direção ao Palácio Piratini. Logo no início da caminhada  pararam no Quartel General da Brigada Militar (QGBM), quando o comandante-geral, coronel Ikeda, desceu e conversou com os representantes da categoria. Todos cantaram a canção da Brigada.

Em seguida percorreram as ruas dos Andradas Caldas Junior, Siqueira Campos, avenida Borges de Medeiros e dirigiram-se para a Praça da Matriz. Durante o caminho, avisos  a população que os servidores da segurança não estavam pedindo aumento, mas lutando pela manutenção dos direitos e cobrando do governador  o discurso de campanha.

Após os discursos na frente do Piratini, os representantes das  categorias foram chamados para a reunião com o secretário da Casa Civil, Otomar Vivian, e o comandante-geral  da Brigada Militar. No encontro, muitas cobranças sobre a posição do governador. Vídeos divulgados na internet indicaram que em Brasília o discurso do governo e diferente do transmitido aos servidores da segurança.  

Manutenção da paridade e integralidade do salário na aposentadoria, pagamento em dia do salário, modernização da carreira, aceleração das promoções atrasadas, reconhecimento do valor dos Militares Estaduais, reposição do efetivo com a nomeação dos aprovados no concurso de 2017, foram  algumas das reivindicações entregues em um documento ao governo.

O presidente da ABAMF disse ao chefe da Casa Civil que o plano de modernização da carreira construído pela ABAMF e ASSTBM  ajuda o governo e não aumenta gastos, ao contrário. E alertou:  “Nós somos diferenciados.  Não vamos aceitar a retirada de nenhum direito”. E lembrou que  quatro PMs já tombaram em serviço em 2019.

Os representantes saíram da reunião com a palavra do governo de que haverá diálogo, mas uma desconfiança incomoda os Militares Estaduais;  o dúbio posicionamento do governador, que na capital federal tem defendido a taxação sobre o salário,  o fim da paridade e da integralidade. Por isso, os representantes pediram para as categorias ficarem em alerta  porque, caso o governo insista em cortar direitos, ocorrerão novos movimentos.

Participaram da mobilização, ABAMF, ASSTBM, ABERGS, AOfSERS, ASOF, associações independentes da BM e UGEIRM.