Grupo tem 51% dos 33 cargos de titular na comissão. Com maioria, grupo poderá aprovar os projetos de sua autoria
A “bancada da bala” da Câmara, reforçada nesta legislatura, domina a Comissão de Segurança Pública da Casa. Dos 33 titulares da comissão, 17 (51%) são parlamentares egressos de corporações das polícias Militar, Civil e Federal; do Exército e dos Bombeiros. Com essa composição, esse grupo terá a maioria e poderá aprovar os projetos de sua autoria. A bancada já anunciou que pretende extinguir o limite de idade para criminalizar menores que cometem crimes, querem acabar com o direito de presos condenados a visitas íntimas e também aos “saidões”, como ocorre no Natal e em outras datas; e desburocratizar e ampliar o acesso ao porte de arma pela sociedade.
Nesta quinta-feira, a briga pela presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara teve mais um desdobramento. Numa contra ofensiva à ação da bancada evangélica de lançar o deputado Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) como candidato avulso contra o candidato do PT, Paulo Pimenta (RS), o PSD tirou Sóstenes da vaga de titular e indicou-o como suplente da comissão. Com essa medida, Sóstenes não poderá manter a candidatura como avulso porque apenas titulares podem concorrer. Sóstenes é pastor da Assembleia de Deus em Jacarepaguá e afilhado político do pastor Silas Malafaia.
Um abaixo-assinado endossado por mais de 100 Organizações Não-Governamentais foi entregue aos parlamentares da Câmara dos Deputados contra a nomeação do deputado Jair Bolsonaro, (PP-RJ), ou de aliados da Frente Parlamentar da Segurança Pública, para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Casa. O documento pede para que a escolha seja feita de acordo com a “afirmação dos direitos humanos”.
Evandro Éboli – O Globo