JORNAL O SUL: Depois do horário comercial, há um toque tácito de recolher

IMAGEM ILUSTRATIVA
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Wanderley Soares

Neste domingo de manifestações, se houver tempo, passados os temporais, quando lideranças e militantes estiverem em momentos de discussão sobre o saldo de protestos e vandalismos em seus lares e bares, creio que haverá espaço para lembrar de coisas de nossa rotina, que recomeça amanhã, e poderá até ter a Marselhesa, que é venerada pela esquerda e pela direita, como trilha sonora. Assim é que aqui nesta abertura, situa-se a “Rotina 1” que traz como astro o comandante do CPC (Comando de Policiamento da Capital) tenente-coronel Mário Yukio Ikeda que, durante a semana, revelou sua estratégia de ação na qual a tropa brigadiana a pé está e estará, prioritariamente, nas ruas durante o horário comercial. Se forem bons caminhantes, sigam-me

Toque de recolher

Ikeda, sem seguir a cartilha de seus ancestrais orientais, foi transparente, sem mistérios. Ele é refém da carência de profissionais brigadianos consequente da “operação Mandrake” do governo José Ivo Sartori que, sem traçar perspectivas para o aumento de efetivos e ao reduzir as horas extras nos organismos da segurança pública, pede que cada um cumpra em dobro suas tarefas. Ocorre que tal castigo é remetido igualmente para todos os cidadãos desta cidade. Há um tácito toque de recolher. Sem policiamento depois do horário comercial, fica aumentado o horário de ação dos bandidos, com grande vantagem para eles. Enfim, é a nossa rotina.

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