Trinta veículos estão parados no pátio do 4º Batalhão da Brigada Militar, em Pelotas
Trinta viaturas novas estão paradas há três semanas por causa da burocracia na Zona Sul do Estado. A Brigada Militar confirma que espera agenda do governador José Ivo Sartori para fazer a entrega. Os novos veículos serviriam para diversos municípios da região, como Pelotas, Rio Grande e Jaguarão.
“Nos foi informado que o motivo de não distribuirmos as viaturas é a falta de agenda do governador para fazer a cerimônia de entrega”, relata o tenente coronel André Pithan.
Os veículos estão parados no pátio do 4º Batalhão da Brigada Militar, em Pelotas. Nesta semana, Capão do Leão, que concentra 25 mil habitantes, ficou pela terceira vez com PMs a pé porque a única viatura estragou. Um veículo velho foi deslocado de maneira provisória. No pátio, está parado o novo carro destinado ao município.
A Zona Sul tem um problema crônico de falta de automóveis para a polícia, principalmente por causa dos abates clandestinos que necessitam de veículos próprios para zona rural. Piratini também teve episódio de falta de viatura.
Brigada Militar de Piratini recebe viatura provisória
Sem veículo há uma semana, policiais fazem ronda a pé ou em carros particulares
Após uma semana sem viatura, a Brigada Militar de Piratini opera nesta terça-feira (13) com um veículo provisório descloado da companhia em Pelotas. A medida foi tomada pelo tenente coronel do 4º BPM, Andre Luis Pithan, já que os policiais do município de 21 mil habitantes na Região Sul do Estado têm feito o patrulhamento a pé ou em carros particulares. Segundo Pithan, a viatura já foi encaminhada para conserto e deve estar pronta em 15 dias.
O Chevrolet Prisma era o único que havia sobrado de uma frota de apenas três viaturas. Das duas motos disponíveis, uma está estragada e outra recebeu recentemente uma nova bateria doada pela própria comunidade. O orçamento apresentado para recuperar todos os veículos chegaria a mais de R$ 60 mil. A Câmara de Vereadores organizou uma Frente Parlamentar de Segurança Pública e se agiliza para resolver o problema de forma definitiva, que afeta não só os moradores da cidade, mas também os da Zona Rural. Segundo o vereador proponente do movimento, Sérgio Castro, o Serginho (PDT), o crime que mais cresce no município é o abigeato. “A falta de guarnição afeta a pecuária, que é uma das principais atividades econômicas da região”. Em 2014, foram 54 registros de furto de animais em Piratini.
Outro problema é a falta de efetivo da Brigada. Atualmente, são 21 policiais. A cada turno, são dois nas ruas e um em serviço interno. Segundo o vereador Serginho, a preocupação aumenta já que no final do primeiro semestre, cinco PMs vão se aposentar e não há reposição prevista para o comando.
Em Capão do Leão, a situação é semelhante. Há uma semana, a única viatura disponível, um Renault Sandero, está estragada. O patrulhamento tem sido feito por uma moto da companhia ou a pé. Portanto, a Zona Rural de Capão do Leão, que também convive com o abigeato, está desguarnecida. Por lá, houve apenas uma ocorrência registrada, mas o número pode estar mascarado para menos, já que nem todos os produtores fazem registro de ocorrência. No ano passado, o Sindicato Rural de Capão do Leão ligou para cada um dos criadores e descobriu que foram mais de trinta casos.
Rádio Gaúcha