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ZERO HORA: Em 26 vias da Capital, só dois policiais militares a pé

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ZERO HORA: Em 26 vias da Capital, só dois policiais militares a pé
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POLÍCIA SENSAÇÃO DE INSEGURANÇA

Moradores reclamam da falta de policiamento ostensivo 

A sensação de insegurança da população se reflete em suas reclamações: moradores de diferentes regiões da Capital disseram à reportagem que até veem viaturas circulando, mas sentem falta da presença do PM a pé.

– A gente vê passando a pé uma vez por dia, normalmente. Mas aquele policiamento ostensivo, a presença permanente, não existe – diz o comerciante Vasquinho Lorenzi, 63 anos, da Avenida Getúlio Vargas, no Bairro Menino Deus. Ele já foi assaltado seis vezes.

A queixa é semelhante à de outro comerciante, na Rua Wolfram Metzler, no Rubem Berta, onde há unidade do Território da Paz.

– A polícia só circula de carro. Se olhares, todo o bairro tem grade – reclama o homem, que pediu para não ser identificado.

Na Zona Sul, a situação não é muito diferente. Dono de uma loja na Avenida Otto Niemeyer, Airton Moraes, 62 anos, afirma que a insegurança já foi tema de reuniões com autoridades.

– Tem gente contratando segurança particular. No final da tarde, tem viatura aqui, mas no restante do dia é raro.

bm

Em 26 vias da Capital, só dois policiais militares a pé

NOS 330 QUILÔMETROS percorridos em dois dias pelo Diário Gaúcho nas ruas de Porto Alegre, foram encontradas nove viaturas da Brigada Militar

 

Quando se fala em segurança pública, uma das principais queixas dos porto-alegrenses é a falta de policiais militares (PMs) nas ruas – o chamado policiamento ostensivo. A reportagem do Diário Gaúcho percorreu 330km em dois dias – passando por vias das zonas Sul, Leste e Norte – para conferir a presença de PMs. O levantamento não tem rigor científico, mas sua conclusão segue a linha das reclamações da população.

Na terça-feira, a reportagem andou por 15 vias em seis horas e meia: neste trajeto, foram encontradas quatro viaturas (circulando nas avenidas Bento Gonçalves, Antônio de Carvalho e Edgar Pires de Castro e uma estacionada na Ipiranga, em frente ao Palácio da Polícia) e nenhum PM a pé. No dia seguinte, foram percorridas 11 vias – havia dois PMs a pé na Avenida Getúlio Vargas, uma viatura parada na Otto Niemeyer e outra circulando pela Cavalhada. Na Getúlio, havia cinco policiais em motos acompanhando uma manifestação. Fora das ruas do trajeto, outras três viaturas (duas circulando e uma estacionada).

Uma das razões para o baixo número de PMs nas ruas é o déficit histórico de efetivo da Brigada Militar (BM), afirma o presidente da Associação Beneficente Antonio Mendes Filho (Abamf), Leonel Lucas. A entidade representa os cabos e soldados da corporação.

– O segundo motivo é que o governo cortou 40% das horas extras. E atinge Porto Alegre. Tinha batalhões que recebiam mil horas extras e, hoje, recebem apenas cem – diz Leonel.

A comparação com teste feito em maio de 2013 nas mesmas vias chama mais atenção. Só no primeiro dia, em todo o trajeto, foram vitos 30 PMs a pé, 10 viaturas e uma motocicleta da corporação.

EDUARDO ROSA

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