Assassinatos em queda e roubos de veículos em alta no Estado em 2015

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Flexibilização do comércio e porte de armas de fogo voltou à pauta na Câmara dos Deputados Foto: 0  / Polícia Militar

Divulgados nesta manhã, números são referentes ao primeiro semestre do ano

Números divulgados esta manhã de quarta-feira pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) apontam que os assassinatos reduziram no primeiro semestre de 2015 no Rio Grande do Sul.

Conforme a estatística, foram 1.187 homicídios dolosos (quando há intenção de matar) contra 1.214 no mesmo período no ano passado — uma leve queda de 2,2%. Os latrocínios (roubo seguido de morte) tiveram diminuição significativa. De acordo com os registros oficiais, foram 57 casos entre janeiro e junho, contra 74 em igual período de 2014, redução de 23%.

Na contramão das mortes, os roubos de carro seguem em alta no Estado. Nos primeiros seis meses de 2015, os ladrões roubaram 7.907 veículos, 17% a mais do que em 2014, com 6.756 casos.

Em geral, o governo divulga esses dados trimestralmente. Os números apresentados hoje não refletem a sensação de insegurança dos últimos dias, especificamente entre julho e agosto.

ZERO HORA

Macedo: por insegurança, cresce número de defensores de porte de armas de fogo

Assunto voltou à pauta da Câmara dos Deputados

Diante do aumento da criminalidade, cresce o número de defensores da flexibilização do comércio e porte de armas de fogo como instrumento de proteção contra a bandidagem. Tanto que o assunto voltou à pauta da Câmara dos Deputados, onde nova comissão especial foi criada para propor mudanças no Estatuto do Desarmamento.

Entre as alterações sugeridas, estão a redução de 25 para 21 anos na idade mínima para o porte, e a possibilidade do registro permanente em vez da obrigatoriedade de renovação a cada três anos. O projeto também quer aumentar de seis para nove o limite máximo de armas por pessoa. E de 50 para 600 o total de munições para cada arma por ano.

Os defensores da mudança alegam que a dificuldade para legalizar uma arma no Brasil só atinge o cidadão de bem, na medida em que os criminosos se valem do contrabando para se armar. Apontam também erro e manipulação nas estatísticas indicando redução no número de homicídios após a implantação do Estatuto do Desarmamento em 2004.

Por fim, argumentam que é preciso devolver o direito de plena escolha ao cidadão brasileiro, já que hoje, mesmo depois de atendidas as exigências legais, a decisão final cabe à Polícia Federal (PF) e envolve critérios subjetivos. Não é bem assim, garantem os críticos da nova corrida armamentista.

Apesar das dificuldades, relatórios da PF mostram que mais de 70 mil registros de armas para defesa foram concedidos a civis nos últimos 11 anos. Ao mesmo tempo, números do Exército confirmam a comercialização de 500 mil armas no Brasil no mesmo período.

Os defensores do Estatuto do Desarmamento afirmam também que é falso o argumento de que os bandidos se armam basicamente através do contrabando: levantamento feito em São Paulo indicou que 40% das armas apreendidas após uso em roubos ou homicídios tinham procedência legal.

Ou seja, foram compradas por alguém que atendeu as exigências da Polícia Federal e depois caíram na mão de criminosos. De minha parte, apoio o direito de livre escolha, mas não incentivo.