Herança financeira prejudica combate ao crime organizado, diz secretário da Segurança

Secretário da Segurança (3º da esquerda para direita) falou hoje em curso na Academia Integrada Foto: Cid Martins / Rádio Gaúcha
Secretário da Segurança (3º da esquerda para direita) falou hoje em curso na Academia Integrada
Foto: Cid Martins / Rádio Gaúcha

Wantuir Jacini fez a abertura hoje de curso sobre o assunto na Capital

O combate ao crime organizado ocorre pela segregação de presos nas cadeias e principalmente por planejamento, estratégia e inteligência, conferindo ainda as peculiaridades de cada região. Mas no caso do Rio Grande do Sul, o secretário da Segurança Pública, Wantuir Jacini, disse nesta segunda-feira (21) que aherença financeira do Estado é o que está prejudicando as ações do atual governo. Na manhã de hoje, ele fez a abertura do curso sobre investigação do crime organizado, em Porto Alegre, envolvendo integrantes do FBI e policiais de 16 Estados brasileiros.

“Essa herança financeira que o Estado recebeu, exarcebada no último governo, essa herança financeira está impactando a execução”, destacou Jacini.

Segundo ele, essa situação levou ao parcelamento dos salários, diminuição de horas extras e de diárias, entre outras questões. Jacini explicou que ainda não foi possível implementar o plano de segurança elaborado pelo estado pelo fato de que faltam recursos devido à herança econômica.

Presídios
Outra medida para se combater o crime organizado é separar as facções que atuam dentro dos presídios. Mas Jacini deixou claro que a falta de vagas impede classificar o apenado por periculosidade, tempo de pena, entre outros fatores. O enfrentamento a este problema passa por presídios onde haja a segregação dos presos e não como está atualmente. Apesar da herança financeira, o secretário da Segurança acredita que, em parte, a solução para esse problema pode ser breve. Para isso, ele conta com o complexo de Canoas que vai dar escoamento à superpopulação e permitir uma melhor separação entre os presos. A primeira casa prisional, de um total de quatro, deve estar recebendo detentos até o final do ano. Jacini aguarda também pelos presídios de Guaíba, com 600 vagas, de Alegrete, que teve licitação aberta há poucos dias, e por fim, pelo de Rio Grande. Outro problema, lembrou o secretário da Segurança, é o chamado prende e solta devido a leis flexíveis no Brasil, levando o policial a prender várias vezes o mesmo criminoso em um curto período de tempo e fazendo com que aumente a sensação de impunidade.

Curso
Jacini destacou a importância do curso sobre investigação do crime organizado. Este é o terceiro no Rio Grande do Sul envolvendo o FBI, Secretaria Nacional de Segurança Pública e Secretaria de Segurança do estado. Para ele, a troca de experiências e conhecimentos aprimoram o aperfeiçoamento das técnicas de combate. O curso ocorre na Academia Integrada de Segurança Pública, na Antônio de Carvalho, zona leste da Capital, e se estende até sexta-feira.

 

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