Nos 14 núcleos existentes na cidade deveriam ter 56 policiais no total, mas ainda faltam nove para que o quadro fique completo
Assaltos, roubos, homicídios e o medo de sair de casa são alguns dos elementos que compõem a atmosfera violenta predominante em Novo Hamburgo, especialmente nos últimos meses – somente este ano, de janeiro até 5 de julho, 43 assassinatos foram registrados, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado. A crescente criminalidade, embora tenha recebido alguns paliativos, ainda não encontrou um combativo que possa reduzi-la a índices mínimos. Uma das propostas para diminuir os graves números de ocorrências seria o policiamento comunitário, que está prestes a completar dois anos de atuação no Município, mas ainda carece de mais efetivo.
Para se ter uma ideia, os 14 núcleos existentes em Novo Hamburgo deveriam ter 56 policiais no total. No entanto, ainda faltam nove para que o quadro fique completo. “É pouco efetivo para uma demanda tão grande. Mas todos cumprem sua carga horária”, afirma o coordenador-geral do programa na cidade, capitão Wagner Estanislau Wasenkeski.
A Secretaria de Segurança do Estado, por meio da assessoria de imprensa, informa que a questão dos efetivos é operacionalizada pela Brigada Militar (BM), que possui autonomia administrativa para a alocação desses profissionais. Porém, em função do decreto assinado em janeiro pelo governador José Ivo Sartori para o corte de gastos do Estado, a nomeação de novos servidores está congelada, ou seja, é impossível chamar novos policiais militares.
Na região, além de Novo Hamburgo, o município de Campo Bom também possui policiamento comunitário com quatros núcleos e 16 policiais atuantes – ou seja, o efetivo está completo. Em Parobé, o convênio foi suspenso há poucos dias justamente pela falta de agentes.
De acordo com o secretário de Segurança, Cidadania e Mobilidade Urbana, Valdenir Martins, dos quatro núcleos iniciais, apenas um funcionava – e de forma precária. “Nos comprometemos a reativar o policiamento comunitário, cumprindo com nosso encargo que compete ao auxílio moradia, assim que o Estado garantir o aumento no efetivo. Precisamos do serviço em nosso município.”
Violência em números
Conforme dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado, neste ano até o dia 5 de julho, 43 pessoas foram assassinadas em Novo Hamburgo. No mesmo período, foram registrados 2.014 furtos, 1.335 roubos, 907 furtos e roubos de veículos, cinco latrocínios e 15 crimes de extorsão. Esses são os dados mais atualizados do sistema, que ainda não incluem a forte onda de violência que assolou a cidade entre 25 de setembro e 3 de agosto. Nesse período, nove pessoas foram assassinadas, uma mulher e seu filho foram baleados, um homem e seu filho foram sequestrados e uma agência bancária foi assaltada.
JORNAL NH