Força Nacional não resolve o problema, diz ex-secretário do departamento

forca-nacional1Luiz Eduardo Soares defende que ela seja usada em situações de crise, mas é insuficiente

Cobiçada por prefeitos preocupados com o aumento da criminalidade, a atuação daForça Nacional de Segurança precisa ser vista com parcimônia. Esta é a avaliação do ex-secretário Nacional de Segurança Pública, Luiz Eduardo Soares.

“Força Nacional não pode ficar numa cidade permanentemente. Tem que atender o País todo e é deslocada apenas em momentos críticos, passageira, mais célere possível. É claro que em situações de crise é importante, mas é insuficiente”, disse.

Soares, que já foi consultor de segurança para a prefeitura de Porto Alegre, em 2001, destaca que o problema tem que ser visto de uma maneira mais ampla.

“É um grupo limitado, que atua por tempo específico e que não tem o conhecimento da região onde atuam. A eficiência é inferior aos policiais que atuam na região. Claro que em caso de emergência qualquer apoio é relevante. Mas só ampliar a força numericamente não é suficiente, pois ela atua por tempo limitado”.

O professor, antropólogo e escritor participou nesta segunda-feira (5) de uma audiência pública sobre política de segurança, promovido pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). O debate prossegue amanhã ouvindo, entre outros, o secretário Estadual gaúcho do setor, Wantuir Jacini.

Com o resultado deste encontro, o presidente do tribunal, Cesar Miola, acredita que seja possível fazer uma auditoria operacional mais eficaz nos órgãos de segurança no Rio Grande do Sul.

Serão analisados, por exemplo, a integração dos sistemas de informações policiais, condição dos efetivos com relação ao número da criminalidade, entre outros.

“Como o tribunal examina o orçamento do Estado e como não há política pública fora do orçamento, o tribunal pode ser um ator importante para contribuir neste processo”, disse Miola.

GAÚCHA