Operação Golfinho terá totalidade dos profissionais a partir de janeiro

Salva-vidas treinaram em Tramandaí para o início da temporada | Foto: Neverton Charles Padilha / Especial CP
Salva-vidas treinaram em Tramandaí para o início da temporada | Foto: Neverton Charles Padilha / Especial CP

Contingente de salva-vidas ficará reduzido nos quatro dias que separam o Natal do Ano-Novo

A tradição colaborou com a matemática de contenção de verbas imposta pelo governo do Estado. Pelo menos em relação à Operação Golfinho. Entre o Natal e o Ano-Novo o efetivo de salva-vidas será reduzido. Somente em 1ºde janeiro de 2016, a Golfinho contará com a totalidade de seus profissionais em toda a orla. De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do RS, no Natal e no Ano-Novo o efetivo será integral nas praias, mas haverá uma lacuna de quatro dias entre as duas festas. A ação se estende até 28 de fevereiro. Além do serviço de salva-vidas, a Brigada Militar também mobiliza os brigadianos para o policiamento ostensivo nas praias. O contingente para ambos os serviços será o mesmo do ano passado: cerca de 2,8 mil policiais.

Tradicionalmente, o trabalho dos salva-vidas começa bem antes da abertura oficial da Operação Golfinho. De acordo com o presidente da Associação dos Salva-vidas Militares do Estado do RS (Asavime/RS), Renan Pradier, este ano, no Litoral Norte, uma turma de cerca de 500 salva-vidas militares já estará na região no dia 23 deste mês. Esta turma ficará até 13 de dezembro. “Os salva-vidas permanecem 20 dias treinando no local onde atuarão”, explica Pradier. “Após esse tempo, o grupo retorna ao local de origem e um outro, também com cerca de 500 profissionais, vem para o Litoral”, ressaltou o presidente da Asavime/RS.

Essa última turma inicia chega ao litoral no dia 14 de dezembro e está previsto que permaneça até 3 de janeiro de 2016. Como a Operação Golfinho será aberta em 19 de dezembro, os profissionais do segundo grupo não estarão apenas treinando, mas já atuando nas guaritas. No Natal, vem o reforço dos colegas da primeira turma. Esta volta ao local de origem no dia 27 e só retornará às atividades em definitivo no dia 1º de janeiro. A partir daí, o contingente fica completo, com cerca de mil salva-vidas militares, no Litoral Norte.

Civis

As inscrições para salva-vidas civis abriram no dia 16 deste mês e vão até o dia 30. De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Salva-vidas Civis (Abrasic), Marco Montemezzo, este ano são 300 vagas, distribuídas nos litorais Norte, Sul e águas internas (açudes, lagos e lagoas). O maior contingente se concentra no Litoral Norte, com 180 vagas. Na região existem 224 guaritas. Os aprovados recebem salário de R$ 1,3 mil acrescido de 100% de risco de vida, mais vale alimentação e vale transporte. “Isso dá um salário bruto de cerca de R$ 3 mil por três meses”, afirmou Montemezzo. “Com os descontos, a remuneração fica em torno de R$ 2,3 mil”, informou.

Ainda não há um balanço de quantas pessoas estão interessadas nas vagas. As inscrições são feitas pela Internet, mas até sexta-feira um problema na página da Brigada Militar impedia que a requisição fosse feita. Mesmo com o problema técnico, Montemezzo acredita que a procura por uma vaga na temporada 2015/2016 deverá ser boa. “Os salva-vidas civis treinarão com a segunda turma de militares, inclusive já trabalharão no Natal e no Ano-Novo”, afirmou. “De março até a Páscoa, os civis ficarão nas guaritas, sendo acompanhados por um pequeno número de militares”, disse.

“Toda guarita terá salva-vidas”

O coronel Alfeu Freitas, comandante-geral da Brigada Militar, afirmou que nenhuma guarita ficará sem salva-vidas nesta temporada. Segundo o oficial, os litorais Norte, Sul e águas internas (lagoas, rios e açudes) terão a vigilância dos profissionais em conjunto com os salva-vidas civis. A ação compreende o serviço de salva-vidas e o policiamento ostensivo em toda a orla. “No mínimo, um policial estará na região”, garantiu o coronel.

Segundo Freitas, o contingente será o mesmo do ano passado, cerca de 2,8 mil servidores, nas duas funções. No entanto, com muitos brigadianos e bombeiros indo para a reserva, a solução foi deslocar policiais do Interior. Será necessário, comenta o coronel, uma boa gestão para atender às demandas e administrar os recursos que estão disponíveis para as ações. No entanto, Freitas reconhece que alguns problemas poderão surgir, principalmente quanto à ida de PMs do Interior para o Litoral. “Mas, a corporação terá que encontrar uma maneira para evitá-los”, afirmou o coronel. “É uma questão de gestão.”

CORREIO DO POVO