Falta de efetivo faz violência crescer no RS

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SDASA falta de efetivo na BM mostra resultados pavorosos. O RS consta como um dos locais mais violentos do Brasil no . Cidades do interior estão sem policiamento e outras contam com apenas um PM para garantir a segurança da população. O resultado são ações cada vez mais audaciosas de criminosos em pequenas cidades com explosivos e fuzis.

Levantamento feito pela Federação de Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) mostrou o resultado de 238 prefeituras que responderam a um questionário sobre o tamanho do efetivo da BM. que 78% delas não contam com militares suficientes para manter ao menos uma dupla de serviço todo o tempo. Há municípios em que o quartel está funcionando somente durante o dia. Outros perderam todos os PMs e a viatura mais próxima fica a uma distância de 20 Km.

O comando da BM admitiu que são necessários, pelo menos, 10 brigadianos em uma cidade para preencher o sistema padrão de quatro turnos de seis horas por dia com uma dupla de policiais.

Enquanto o medo toma conta da população, as representações dos servidores de nível médio da BM – entre essas a ABAMF – ingressaram na justiça para que os aprovados no concurso da BM, no ano passado, fossem nomeados e iniciassem o curso de formação. Até o momento, no entanto, o governo Sartori, não divulgou datas nem previsão das nomeações. Outra medida das entidades brigadianas foi providenciar uma emenda a lei orçamentária anual de 2016 destinando verba para o ingresso dos novos soldados.

Número de PMs pedindo afastamento bate recordeSD

O ano de 2015 irá ficar registrado na história como o período em que mais brigadianos solicitaram a aposentadoria. As mudanças que o governo gaúcho quer implementar nas carreiras, forma de aposentadoria, fim de vantagens na saída da ativa, já fez 1,4 mil policiais militares encaminhassem o pedido de ida para a reserva.

A situação agrava ainda mais a crise do policiamento no RS. O Comando da Corporação busca manter a qualidade do serviço, mas ficam sacrificados os praças, pois trabalhando muitas vezes sozinhos ficam mais expostos a confrontos. Além disso, a jornada leva muitos militares ao estresse.

Armamento é fraco para enfrentar bandidos

As cidades do interior e bairros de Porto Alegre são palco de tiroteios com armas de grosso calibre – calibre 12, fuzis. Para enfrentar a criminalidade, os policiais usam pistolas .40 e, em alguns casos, o já ultrapassado para a segurança revólver calibre 38.

Afora essa desvantagem, a economia do governo Sartori provocou a falta de munição nas armas e diminuição de veículos nas viaturas. A ABAMF denunciou também que brigadianos usam material particular para prestar melhor serviço e garantir a própria segurança.

Em outubro, uma família ficou no meio de um tiroteio em Nova Santa Rita. Uma mulher de 25 anos morreu. O marido dela levou dois tiros, mas sobreviveu. DE acordo com depoimento das vítimas, eles pararam o carro perto de um bar. Em seguida um carro parou e homens começaram a atirar naqueles que estavam no bar. A resposta desses também foi com disparos e inocentes ficaram no meio do fogo cruzado. Conforme o marido da vítima, “eram tiros de fuzil ou calibre 12 e também revólveres e pistolas”.

Cortes no custeio e ataque aos servidores

Os servidores da segurança pública estão realizando diversas manifestações desde o inicio do ano em defesa do serviço público e dos cidadãos gaúchos. As denúncias de cortes no custeio fazendo com que o serviço perca qualidade juntou-se aos protestos contra o atraso de salários..

A situação chegou ao limite quando os salários não foram pagos e a sociedade foi aconselhada a permanecer em casa para ficar protegida da ação de bandidos. O secretário da segurança pública, Wantuir Jacini, admitiu que a crise financeira no estado prejudica os serviços e os servidores,“Como que os servidores que tem os salários parcelados e não podem cumprir com suas obrigações familiares, com suas despesas, vão executar um plano de segurança?” disse.

Transferências provocam descontentamento na tropa

A crise na segurança pública ganha novos capítulos todos os dias no solo gaúcho. A governo estadual anunciou a transferência de brigadianos em cinco batalhões da BM. A situação provoca indignação, pois alguns militares ficam com um sentimento de incompetência.

Na verdade, o anúncio é mais um resultado da falta de investimento na segurança pública. Sem recurso humano para desempenhar com qualidade o serviço de segurança pública, a estratégia é modificar comandos e realizar ações pontuais de ataque a bandidagem.

A medida, no entanto, é apenas para diminuir a sensação de insegurança que tomou conta dos gaúchos.

DSE