ZERO HORA: Policiais federais e estaduais lançam carta contra “desmonte” na segurança pública gaúcha

Pela primeira vez, policiais federais se unem a críticas pela falta de investimentos e aumento da criminalidade

Lideradas pelo Sindicato dos Policiais Federais do RS (Sinpef/RS), oito entidades de classe ligadas a forças de segurança gaúcha apresentaram na manhã desta quarta-feira uma carta aberta à população para o que chamam de “denúncia do irresponsável desmonte na segurança promovido pelo atual governo do Estado”.

Ubiratan Antunes Sanderson, presidente do Sinpef/RS, explicou porque, pela primeira vez, policiais federais e policiais rodoviários federais se juntaram às manifestações dos colegas estaduais.

— Embora a crise do Estado não tenha reflexo no nosso contracheque, vivemos aqui e precisamos alertar que não há segurança no Rio Grande do Sul. Nossas famílias não podem sair às ruas por causa de uma crise sem precedentes. Nas fronteiras, nosso trabalho de combate ao contrabando, ao descaminho, ao tráfico de drogas, tem sido prejudicado porque faltam efetivos das polícias Civil e Militar para nos dar apoio — afirmou Sanderson.

A carta lembra o crescimento de homicídios, cita a escassez de estrutura e equipamentos de trabalho e lamenta a redução nos quadros de pessoal das policiais, de bombeiros, de peritos e de agentes penitenciários.

Além do Sinpef/RS, assinaram o documento representantes das seguintes entidades: Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais do RS, Sindicato dos Inspetores, Escrivães e Investigadores de Polícia do RS _ UGEIRM, Associação Beneficente Antônio Mendes Filho dos Servidores de Nível Médio da BM (Abamf), Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da BM (ASSTBM), Associação dos Oficiais Subalternos da BM (AOFSBM), Sindicato dos Servidores Penitenciários do RS (Amapergs), Sindicato dos Servidores do Instituto-Geral de Perícia do RS (Sindiperícias) e Associação de Bombeiros do RS (Abergs).

À tarde, por iniciativa do Sindiperícias, será encaminhada à Procuradoria-geral de Justiça um pedido para seja aberta um representação criminal contra o Estado, para que sejam “tomadas medidas necessárias por omissão grave na gestão da segurança pública”.

 A carta das nove entidades encerra com frases de crítica ácida ao governador: “Chega de justificativas burocráticas, chega de piadas, chega de descaso. Priorize a vida dos gaúchos, senhor José Ivo Sartori.”

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