Recursos sobrando – Primos ricos

20049_640_480__fachadamp35264516Assim como o Judiciário, o Ministério Público escapou do abril tenebroso do Poder Executivo, que pagou até R$ 2,3 mil aos servidores na sexta-feira.

Além do salário em dia, o MP liberou R$ 6 milhões para pagar atrasados do vale-alimentação para promotores e procuradores, o que dá R$ 9 mil para cada um da ativa.

Mais R$ 1 milhão foram gastos com a Parcela Autônoma de Equivalência, resíduo de um auxílio-moradia dos anos 1990.
ALÉM DOS R$ 2 MIL ANUNCIADOS, A SECRETARIA DA FAZENDA DEPOSITOU NA CONTA DOS SERVIDORES MAIS R$ 300 POR MATRÍCULA NA SEXTAFEIRA. COM ISSO, 58% DO FUNCIONALISMO FICOU COM OS SALÁRIOS EM DIA. A EXPECTATIVA É TERMINAR O PARCELAMENTO DA FOLHA NO DIA 13 DE MAIO.

Tribunal de Justiça paga R$ 40 milhões em atrasados 

Dinheiro estava reservado para o reajuste dos servidores do Judiciário

A crise que obriga o Estado a parcelar os salários dos servidores do Executivo e a depositar somente R$ 2 mil a cada um nesta sexta-feira passa longe dos outros poderes. Com dinheiro sobrando, o Tribunal de Justiça pagou na quarta-feira uma bolada de R$ 40 milhões a juízes e desembargadores que recebem a chamada Parcela Autônoma de Equivalência (PAE), nome dado à compensação por um auxílio-moradia concedido a deputados e senadores de 1994 a 1998.

Todos os meses, os magistrados recebem em média um extra de R$ 10 mil da PAE. Em abril, o reforço foi de cerca de R$ 40 mil, 20 vezes mais do que o valor máximo a ser pago hoje a professores, policiais e outras categorias do Executivo. Até quando os juízes receberão a PAE? O TJ não sabe, mas calcula que ainda faltem dois ou três anos.

Os R$ 40 milhões tinham sido reservados pelo presidente anterior do TJ, desembargador José Aquino Flôres de Camargo, para bancar o reajuste dos servidores do Judiciário, cuja aprovação a Assembleia, por orientação do Palácio Piratini, retardou.

Aliás: o projeto que concede aumento aos servidores do Judiciário está parado na Comissão de Segurança e Serviços Públicos da Assembleia. Na quinta-feira, devido à falta de quórum, a apreciação foi adiada mais uma vez. Se aprovada, a proposta segue para votação em plenário.

ZERO HORA