Abandonado, posto da BM na zona norte sofre arrombamento

RBGSegurança. Desativada desde janeiro, antigo ponto policial do bairro Rubem Berta sofreu depredações e teve portas e janelas roubadas. Comerciantes dizem que roubos aumentaram

Por fora, entre janelas quebradas e portas inexistentes, cães de rua se refugiam no imóvel abandonado. Por dentro, os cacos de vidro e o cheiro de urina evidenciam a situação do antigo posto da Brigada Militar no bairro Rubem Berta, zona norte da capital. Nos arredores, comerciantes e moradores denunciam o aumento dos casos de roubo na região desde o fechamento do lugar, ocorrido em janeiro deste ano.

“A situação é de insegurança total nos últimos meses.

Está horrível”, define Catia Martins, cuja loja de roupas localizada em frente ao posto vazio foi roubada há cerca de três semanas, causando um prejuízo de R$ 20 mil à comerciante de 25 anos. “Os ladrões entraram pela janela do banheiro durante a madrugada e levaram tudo, limparam a loja”, relata.

Caminhando pela rua Wolfram Metzler, diversos casos de violência são relatados espontaneamente pelos moradores. A creche ao lado do posto foi roubada na semana passada. Outra loja de roupas foi assaltada há poucos dias, mas, ao contrário de Cátia, não reabriu. Rua acima, uma farmácia e um minimercado também foram roubados.

O aumento da insegurança fez os moradores – e principalmente os comerciantes temerem represálias. É o caso do dono de um bar das redondezas, que não quis ser identificado. “Todo dia vem gente aí roubar pedaços do lugar. Vi gente se drogando ali também. É difícil. Quando tinha policiais a sensação de segurança era muito grande, agora é raro ver uma viatura passar por aqui”, diz.

A cabeleireira Zenir Batista também sente falta da presença dos brigadianos. “Os bandidos passavam longe daqui quando tinha o posto.

Agora, todo dia uma loja ou uma casa é assaltada”.

Associação quer o espaço

Com a intenção de transformar o antigo posto em um centro cultural para a comunidade, a Associação dos Moradores do Bairro Rubem Berta quer que o Estado ceda o espaço à entidade. “Nossa ideia é transformar o espaço num centro para as nossas crianças”, afirma o presidente da associação, Cleusi Coelho.

“0 que é melhor, deixar o lugar apodrecer ou ceder para a comunidade reformar, cuidar e construir algo que tire nossa gurizada das ruas?”, questiona.

BM defende fechamento

De acordo com o coordenador de operações do 200 BPM, major Dagoberto Albuquerque, a segurança no bairro aumentou após a desativação do posto. “A comunidade acha que está perdendo, mas na verdade está ganhando. Sem o posto, pudemos colocar mais duas viaturas em patrulhamento. No geral, o bairro está muito mais seguro”, garante.

O major ainda disse que o posto foi entregue ontem pata a prefeitura, que definirá de que forma o local será utilizado.

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