SUL21: Precisamos de um secretário de segurança que fale coisa com coisa (por João Alves Medina)

17/12/2015 - PORTO ALEGRE, RS, BRASIL - Lançamento do Aplicativo PLP 2.0 - O Rio Grande do Sul passa a contar, a partir desta quinta-feira (17), com mais uma ferramenta no combate à violência doméstica. O PLP 2.0, aplicativo que prioriza o atendimento da segurança pública às mulheres com medida protetiva. Presenças do governador José Ivo Sartori e do Secretário de Segurança Wantuir Jacini. Foto: Guilherme Santos/Sul21

Nesta quarta-feira, o secretário de Segurança Público do Estado, Wantuir Jacini, foi o convidado da tradiconal reunião-almoço Tá na Mesa, da Federasul, para falar sobre a situação da segurança no Estado, que tanto tem preocupado a todos os gaúchos, tirando o sono, quando não as vidas.

Era uma oportunidade para falar, para a nata do empresariado da Capital, sobre quais ações o governo está tomando para combater o aumento da criminalidade e reduzir a sensação de insegurança, como o próprio Jacini apontou na abertura de sua

palestra. Só que não foi isso que ele fez. Limitou-se a dar uma “pequena aula” sobre quais são as responsabilidades da segurança pública, qual a responsabilidade de qual órgão e apontar que 70 ações, de 106 previstas, já foram realizadas com esse intuito. Quais eram e quais resultados alcançados?

Pode-se até perguntar isso a ele, mas não se obterá resposta.

Desde o início de sua estadia na segurança, que coincide com o início do mandato do governador Sartori, Jacini tem se mostrado um mestre da evasão de perguntas. O melhor de todos os questionamentos encontrará em Jacini uma resposta que não responde nada.

Quando o governo vai liberar mais dinheiro para a segurança? Todos querem saber. Jacini responde: ‘Estamos estudando’.

O que o governo vai fazer para melhorar a segurança? ‘Veja bem…’ e daí segue com uma resposta que não explica nada e, usualmente, culpa a falta de recursos para não se estar fazendo mais.

Pode-se dizer que o autor está a pegar no pé de Jacini por motivações políticas, mas este reconhece em outros secretários, como Giovani Feltes, na Fazenda, João Gabbardo, na Saúde, a capacidade de dar uma resposta concreta para os anseios da sociedade e de sua pasta. O primeiro, até de forma exaustiva, já veio a público em inúmeras ocasiões explicitar a situação do erário público e porque não há dinheiro. O segundo, diante de crises como a dengue e a gripe A, prontamente mostrou gabinetes de emergência e, com a mesma falta de recursos, expôs resultados positivos.

Pode-se criticá-los, bem como a outros secretários, em um nível de políticas, de gestão. Mas como criticar alguém que não propõe nada, a não ser uma fé, digamos que quase cega, de que o combate aos desmanches será a resposta?

Jacini talvez não deva uma explicação para a imprensa, tampouco para a oposição, que já pediu a sua cabeça, mas não deve ao menos uma diretriz para a sociedade?

Chegou a hora de termos um secretário de segurança que ofereça respostas. Não?

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João Alves Medina é jornalista aposentado.

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