Polícia interroga agente da EPTC suspeito de usar laser para obstruir visão de pilotos de helicóptero

Caixa do laser e equipamentos para a montagem do objeto foram encontradas na casa do agente Foto: Divulgação / Políci Civil RS
Caixa do laser e equipamentos para a montagem do objeto foram encontradas na casa do agente
Foto: Divulgação / Políci Civil RS

Em abril, homem quase derrubou uma aeronave da Brigada Militar que monitorava manifestações de rua 

A polícia ouviu, na manhã desta terça-feira, o depoimento de um agente da EPTC apontado como responsável por ter prejudicado o trabalho da Polícia Civil e da Brigada Militar — além de ter colocado diversos policiais em risco —, durante as manifestações de rua de abril em Porto Alegre. Em mais de uma ocasião, o homem, de 33 anos, apontou um potente laser aos helicópteros que realizavam o monitoramento dos protestos, prejudicando a visão dos pilotos.

Conforme o delegado Paulo César Jardim, titular da 1ªDP, o agente não negou o ato, mas não respondeu às perguntas durante o depoimento:

— Ele apenas disse “nada a declarar” nas 19 perguntas que fizemos a ele.

A presença do laser, que já havia sido identificada em protestos anteriores, preocupou a polícia durante o ato do dia 17 de abril, quando um dos pilotos de um helicóptero da Brigada Militar teve a visão temporariamente cegada pelo dispositivo. Conforme o delegado Jardim, a aeronave não caiu pois o outro piloto conseguiu segurar o controle e manter o voo.

— O faixe de laser era tão forte que cobria toda a aeronave, deixando ela verde. E foi através dele que identificamos a origem da ação – explicou o delegado.

Segundo a polícia, o homem emitia a luz do terraço de seu apartamento. Câmeras acopladas aos helicópteros conseguiram registrar imagens da ação, o que permitiu a polícia identificar o responsável.

Ainda durante a manhã de terça-feira, a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa do agente da EPTC, onde encontrou equipamentos relacionados ao laser, como a caixa do objeto e aparatos para a montagem.

Após o depoimento, o homem, que não possui antecedentes, deve ser liberado. O inquérito, explica Jardim, será encaminhado à Justiça ainda durante esta semana.

ZERO HORA