Objetivo do reforço policial, em princípio, é assegurar que o Parlamento possa realizar a sessão de votação do dia, além do Grande Expediente
A presidente da Assembleia Legislativa, deputada Silvana Covatti (PP) acionou o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Alfeu Freitas, para pedir reforço de efetivo a fim de garantir a ordem no local. O telefonema ocorreu depois que parte dos estudantes que ocupa o saguão tentou forçar o reingresso na sede do Parlamento, após ter deixado o local pela manhã. Até o momento, apenas a segurança interna da Assembleia vinha intermediando a situação, sem a presença de policiais militares. Os estudantes dizem que não sairão do local enquanto não forem recebidos pelo governador José Ivo Sartori (PMDB).
Perto das 14h30min, o comandante do Policiamento da Capital, coronel Mário Ikeda, chegou à Assembleia, acompanhado de um efetivo que bloqueou os acessos ao prédio. O objetivo do reforço policial, em princípio, é assegurar que o Parlamento possa realizar a sessão de votação do dia, além do Grande Expediente, que já começou. Como não há ordem de reintegração de posse do saguão da Assembleia, não há expectativa de que a BM retire os estudantes do local.
Os grupo que acampou na Assembleia representa os alunos que vêm ocupando escolas da rede pública, há cerca de um mês. O líder do governo na Assembleia, deputado Gabriel Souza (PMDB), que ouviu nessa manhã as reivindicações dos manifestantes, deixou claro que o governador não vai receber os estudantes enquanto não forem desocupadas as escolas e a sede do Legislativo.
Também nessa manhã, líderes do movimento se reuniram com a presidente da Assembleia, Silvana Covatti (PP), antes do encontro com Souza. Segundo a a presidente, a sessão de hoje à tarde segue mantida, com 15 matérias aptas a apreciação.
Inicialmente, os estudantes justificaram a ocupação com a intenção de garantir o acesso à reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), marcada para hoje a fim de discutir o PL 44/2016, alvo de críticas de alunos e professores. No entanto, por falta de quórum, a reunião da CCJ terminou cancelada. Cerca de 60 alunos passaram a noite no saguão da Assembleia.
PL 44
O projeto permite ampliar a interferência da iniciativa privada em serviços públicos, incluindo a educação. Os alunos, que ocuparam escolas pedindo melhoras em infraestrutura e contratação de professores, temem que ele abra caminho para a privatização do ensino.
Já o governo sustenta que a proposta, que prevê transformar entidades civis de capital privado em organizações sociais, busca qualificar as relações que o poder público já mantém com essas entidades, obedecendo pré-requisitos definidos pelo governo. No início da semana, o secretário estadual da Educação, Luiz Alcoba de Freitas, cogitou a hipótese de que uma emenda retire a possibilidade de que o PL 44 contemple o setor educacional.