Segurança pública: debate e inovações

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IMAGEM ILUSTRATIVA

Por Nádia Gerhard

Segurança pública é tema da mais absoluta atualidade. Todos os dias somos abalados por notícias que envolvem chacinas, massacres, crimes hediondos, barbáries de todo tipo. O resultado é um clamor popular pela necessidade de medidas para intensificar os mecanismos de defesa do cidadão, lastreados pela dor que enluta centenas famílias gaúchas. A população já não suporta o discurso simplista que se limita às promessas de aumento do efetivo da Brigada Militar e da Polícia Civil, simultaneamente à ampliação da frota de viaturas das corporações. O conceito moderno de segurança pública dialoga de maneira estreita com a concepção de inteligência. Isso é viabilizado através das ferramentas de tecnologia capazes de ampliar o uso de meios disponíveis que muitas vezes não exigem dispêndios de grandes recursos. A proliferação de câmeras de segurança em operação em Porto Alegre constitui uma medida alentadora para ampliar a proteção da população. O advento da Copa do Mundo, que trouxe milhares de turistas à capital gaúcha, permitiu a instalação de dispositivos de última geração, capazes de mobilizar pequenos contingentes de agentes de segurança de maneira inteligente, organizada e eficiente. O desafio das autoridades é desenvolver programas capazes de interligar os equipamentos públicos e privados para transformar as imagens captadas em subsídio para o planejamento de ações concatenadas no combate ao crime. O uso isolado é incapaz de gerar resultados satisfatórios para subsidiar ações com efetividade. Outra ideia que merece apreciação prevê a celebração de convênio entre Estado e prefeitura para permitir aos integrantes da Brigada Militar a prestação de serviços ao município nos períodos de folga. A iniciativa, além de representar aumento de contingente para policiar ruas e logradouros públicos, é uma alternativa para melhorar a remuneração de homens e mulheres que diuturnamente trabalham em defesa da comunidade. Estas iniciativas, independentemente das opiniões preliminares, devem integrar a pauta de medidas que a população exige para fazer frente ao avanço da criminalidade. Sozinhos, União, estados e municípios são impotentes, impondo-se urgente debate construtivo, solidá- rio e integrado.

tenente-coronel da Brigada Militar

CORREIO DO POVO

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