Jornal Agora: População apoia protesto das forças de segurança pública

Policiais civis e militares (da reserva ou de folga) estiveram na manifestação realizada nesta quinta (4), das 8h às 18h, na Praça Dr. Pio, protestando, junto com outros servidores estaduais, contra o parcelamentos dos salários. As delegacias estiveram fechadas e a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) atendeu somente registros de crimes contra a vida, idosos, crianças e mulheres.

As viaturas da Brigada Militar e Guarda Municipal, assim como agentes de trânsito, estavam circulando normalmente. Uma viatura da BM, inclusive, esteve estacionada no canteiro da praça Tamandaré, na esquina das ruas Luiz Lorea com General Neto, e uma da Guarda Municipal no interior da mesma.

O tenente Luiz Fernandes, militar aposentado e pertencente ao Grupo Permanente de Segurança Pública do Rio Grande, fez uma prévia avaliação, ressaltando que o movimento esperava uma adesão maior. “Todo mundo está descontente com este problema financeiro. Mas, devido a regulamentos, a Brigada Militar não tem direito à paralisação. Por isso, estamos aqui com os militares da reserva e os de folga, representando toda a categoria”, salientou Fernandes.

Muitos cartazes explicavam para a população, que passava pela praça, as razões da manifestação. Um deles retratava o sentimento dos policiais: “Sr. Governador, respeite a segurança pública. Parcelamento de salário é ilegal”. E, muitos populares pareciam entender realmente a situação, colocando-se a favor dos manifestantes.

Segundo informações do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia/RS (Ugeirm), esta foi a forma como os policiais civis demonstraram toda a sua revolta contra o parcelamento dos salários efetuado pelo governo.

Em Porto Alegre, os policiais estiveram reunidos em frente ao Palácio da Polícia. A paralisação foi convocada pelo Bloco da Segurança Pública e contou com a participação, além da Polícia Civil, da Brigada Militar, do IGP, da Susepe e do Corpo de Bombeiros. Os professores estaduais também aderiram à paralisação, assim como os delegados de polícia e outras categorias do serviço público estadual.

Às 15h, os policiais, em conjunto com as outras categorias da Segurança Pública, concentraram-se na frente da Secretaria da Fazenda, no Centro de Porto Alegre, para a realização de um grande ato público contra o parcelamento dos salários. Ao final do ato, os manifestantes seguiram para a Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini, onde se encontraram com a Caminhada Iluminada, que seguiu da Esquina Democrática para o local, em uma manifestação de apoio aos trabalhadores da segurança pública.

Opinião da população

“Tem que parar mesmo. A segurança é uma ilusão. Não existe. Somos assaltados dentro de nossas casas e não podemos fazer nada. Se um ladrão entra para nos roubar, não pede licença. E nem podemos reagir”. Jorge Batista Avelim

“Não sou contra o movimento. Se eu fosse eles, iria parar também. A polícia precisa ser melhor tratada. Precisa ser melhor remunerada”. Lúcia Morales

“Toda história tem dois lados. Mas eu vou ficar ao lado da polícia. Eles estão certos em lutar pelos salários”. Cristiano de Oliveira Cardoso

“A população é culpada, pois votou nesse governo, que não paga polícia, não paga professor e não se preocupa com a saúde. O movimento deles é certo e eles estão no direito de reivindicar melhorias e o pagamento integral dos salários. Na verdade, se todo o Brasil parasse de uma única vez, as coisas iriam melhorar”. Antônio Araújo

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